Frase vista no pára-choque de um caminhão |
Movimento de repúdio à política de preços praticada pela Petrobrás (empresa ora atuante dentro do melhor figurino da submissão empresarial às regras de mercado, que nada mais são do que o exercício da lógica capitalista), a atual greve dos caminhoneiros evidencia:
— que as empresas (todas, obviamente, para obterem lucro) precisam obedecer à rígida compatibilidade entre receitas e despesas; principalmente aquelas que exploram commodities como o petróleo, fonte energética que, apesar de altamente poluente, ainda é a mais praticada no mercado em razão interesses inconfessáveis. Isso, claro, é implicitamente anti-povo;
— que há uma incomensurável força social dos segmentos de produção de mercadorias quando resolvem cruzar os braços diante da lógica capitalista sufocante, ainda que o façam por absoluto interesse capitalista (os altos custos do transporte, que se tornaram proibitivos para o repasse ao valor das mercadorias para o consumidor) como ora ocorre.
Com o país em maior parte paralisado, o segmento político, sempre submisso à lógica de reprodução do capital (de onde retira o seu sustento político-financeiro), vê-se aflito em resolver a situação, face a contradições que explicitam ainda mais a incoerência de um sistema produtor de mercadorias que chegou ao seu limite interno por seus próprios fundamentos, e não por uma ação política consciente e de cunho revolucionário.
Os governos Lula e Dilma praticaram uma política populista de concessões de preços na Petrobrás (corrupção nos contratos dessa estatal à parte) como forma de combate à inflação e manutenção de popularidade eleitoral.
Ocorre, entretanto, que tal política, somada com o estarrecedor processo de corrupção, acarretou para a empresa prejuízos e endividamentos que comprometeram a sua saúde financeira e ocasionaram ações judiciais de investidores privados internacionais que aumentaram ainda mais esses prejuízos, colocando em xeque a credibilidade empresarial.
Tudo ocorreu no exato momento em que a descoberta de petróleo na camada do pré-sal ensejou esperanças de redenção da economia do Brasil como novo país produtor desse mineral, capaz de prover o mercado com custos viáveis de extração.
Mas o mercado não perdoa qualquer concessão populista de preços de commodities importantes para qualquer país, como é o petróleo, terminando sempre por apresentar a conta ao final. No capitalismo não existe almoço grátis, como dizia o economista estadunidense Milton Friedman, notório defensor do famigerado liberalismo de mercado, que só não é pior do que estatismo de mercado.
O governo do Presidente Temerário tentar ajustar as finanças da Petrobrás às flutuações de mercado no preço internacional do barril de petróleo e ao aumento do dólar estadunidense, ao qual os preços do petróleo estão cotados internacionalmente.
O governo do Presidente Temerário tentar ajustar as finanças da Petrobrás às flutuações de mercado no preço internacional do barril de petróleo e ao aumento do dólar estadunidense, ao qual os preços do petróleo estão cotados internacionalmente.
Então, ao mesmo tempo em que tenta melhorar as combalidas finanças públicas com uma incidência tributária sobre combustíveis, o governo provocou uma insustentabilidade de repasse de custos ao preço das mercadorias.
O resultado é que o país, que passava por uma fase de calmaria nervosa, explodiu num movimento de paralisação dos caminhoneiros que afetou toda a economia, numa ebulição que, além de comprometer a produção de muitas mercadorias, inviabilizou a prestação de serviços essenciais (hospitais, voos nacionais e internacionais, abastecimento de mercadorias, transporte urbano e interestaduais, etc.).
Tudo isso se acresce às notícias da área econômica que mostram o crescimento pífio do PIB nacional e que contradizem os prognósticos até outro dia esperançosos dos analistas econômicos (eles sempre revisam para baixo os seus próprios otimismos inconsistentes).
Tais fatos devem acentuar ainda mais a curva pouco consistente do crescimento da economia brasileira e da renitente persistência (até com aumento) dos insuportáveis níveis de desemprego, o qual já atinge 13,7 milhões de brasileiros aptos ao trabalho. As soluções políticas esbarram na inviabilidade do atual estágio do capitalismo e na falência do Estado.
É o que está a acontecer com as recentes medidas do presidente estadunidense Donald Trump relativas ao acordo nuclear com o Irã: o mercado do petróleo é atingido por tabela. Como se dizia antigamente, numa casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão.
O grande impasse brasileiro na questão do petróleo decorre de que, se o governo flexibilizar a pesadíssima carga tributária incidente sobre os combustíveis fósseis, agravará o já insustentável déficit do orçamento público.
Mas, os preços atualmente praticados são insuportáveis para o combalido bolso do consumidor.
Diante de tudo isso, estabelece-se a insustentabilidade das soluções que vierem a ser adotadas em razão da força incomensurável da pressão das mãos paradas dos caminhoneiros (individuais ou empresariais), ainda que isso não represente intenção de ruptura com o modelo capitalista.
Trata-se de mais um sintoma do atingimento do limite interno absoluto do capitalismo, no qual não existe solução em que o sistema saia incólume do embate, com a conta sempre sendo transferida para o povo.
Fico a me perguntar se faz sentido quem se define como anti-capitalista intermediar, como governante e de modo impositivo da lógica capitalista, tal impasse que lhe deveria ser estranho?
Mediar as contradições do capitalismo pelos capitalistas, com as medidas político-econômicas que lhes estejam à mão, e que fatalmente prejudicarão o povo quaisquer que sejam elas, é da natureza da submissão dos próprios capitalistas ao fetiche da mercadoria.
Mas mediar as contradições do capitalismo por quem se diz crítico da lógica capitalista e da sua segregação social, ou é falta de consciência sobre o que é mesmo a forma-valor (dinheiro e mercadorias) e sua dinâmica destrutiva e autodestrutiva, ou é oportunismo vil.
Com a palavra os partidos de esquerda e seu discurso de tentativa de humanização daquilo que é intrinsecamente desumano.
AMANHÃ TUDO VOLTA AO NORMAL – Todos os movimentos grevistas de trabalhadores clamam por algo que lhes é, paradoxalmente, a causa do seu infortúnio, ou seja, almejam obter dinheiro!
AMANHÃ TUDO VOLTA AO NORMAL – Todos os movimentos grevistas de trabalhadores clamam por algo que lhes é, paradoxalmente, a causa do seu infortúnio, ou seja, almejam obter dinheiro!
Este paradoxo, que se verifica desde que o capitalismo se estabeleceu em todos os pontos do planeta Terra, tem levado os movimentos grevistas do auge da sua força ao ponto de partida, demonstrando que a força mobilizadora capaz de fazer tremer os alicerces do sistema produtor de mercadorias, não é capaz de superar as próprias causas primárias das greves.
Tais movimentos terminam por se cansar e saem derrotados, tal como ocorreu com o fortíssimo George Foreman na luta do século contra o hábil estrategista Muhammed Ali.
Se o objetivo da greve dos caminhoneiros é a obtenção de lucro, alguém (leia-se o povo) vai finalmente pagar a conta. Por mais poder de pressão que o movimente venha demonstrando ter, tende ao declínio por falta de um propósito verdadeiramente revolucionário.
Se o objetivo da greve dos caminhoneiros é a obtenção de lucro, alguém (leia-se o povo) vai finalmente pagar a conta. Por mais poder de pressão que o movimente venha demonstrando ter, tende ao declínio por falta de um propósito verdadeiramente revolucionário.
Alguns slogans do 1968 francês eram geniais! |
Assim, amanhã tudo volta ao normal, como na canção clássica de Chico Buarque, Noite dos Mascarados. Isto se dá justamente pela falta de consciência sobre o que fazer.
Aliás, nunca é demais, nesses 50 anos que nos separam do maio de 1968 francês (quando surgiram as primeiras manifestações do pensar fora da caixa), relembrarmos slogans da Primavera de Paris como É proibido proibir, Sejamos realistas, exijamos o impossível e Não trabalhe jamais.
Obviamente, falta-nos ainda a consciência de que não é preço das mercadorias (no caso os combustíveis) o que devemos combater, mas sim a própria mercadoria; mas saímos do niilismo e da calmaria, entrando num processo de ebulição no mínimo educativo. Trata-se de um sintoma de que nem tudo está perdido. (Por Dalton Rosado)
P.S.: reverencio a memória de quem, diante da turbulência do arbítrio, soube sempre se manter digno e contributivo, o grande jornalista Alberto Dines.
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SOBRE A CRISE ATUAL, LEIA TAMBÉM (clique p/ abrir):
QUEM ESTÁ PREPARADO PARA CAPITALIZAR O CAOS SÃO NOSSOS INIMIGOS...
7 comentários:
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Os transportadores exercem um poder que lhes foi entregue pela estultice dos governantes de antanho. E pode ser que percebam a capacidade que tem de influir nos rumos da sociedade da qual fazem parte, mesmo não tendo refinamento teórico.
Eles não farão a revolução e tudo voltará ao normal, como você bem disse.
Procuro ler com atenção os seus textos. Eles estão acima da minha capacidade de compreensão e, o mais das vezes, me falta o conhecimento a respeito do que eles tratam.
Porém, com a devida vênia, identifiquei no nono parágrafo a acusação de que o Capitalismo é quem é o responsável por não existir almoço grátis.
Posso estar errado, mas a culpada por não haver almoço grátis é a Natureza.
Examine.
Mesmo que uma pessoa se alimentasse exclusivamente de frutas ainda estaria condicionada a dispersar as sementes das árvores que as fornecem, pois as árvores geram frutos doces para que suas sementes sejam dispersas.
Extrapole isso para os que comem grãos e carnes e veja a imensidade de vidas sacrificadas para manter viva uma pessoa.
Esta é a realidade da Terra.
Não existe almoço grátis!
Nem a salada de frutas.
Mas, a pessoa digna pode fazer com esse sacrifício valha a pena.
Como?
Sendo virtuosa!
Se não as usarmos bem, se não fizermos por merecer a dignidade humana, nós chegaremos a uma situação parecida com a do governo em relação aos transportadores rodoviários.
Hoje, quem governa o país são os caminhoneiros.
E nós seremos governados pelos erros que cometermos.
Quem planta flores, vem colher flores. Quem plantou espinhos, vai colher espinhos.
Essa é a Lei.
Mas não somos perfeitos. Não acertamos todas e, por isso, devemos aprender com os erros. Arrancar os espinhos com luvas. E saber que o nosso futuro depende de que fizermos daqui para diante.
O que não dá é ignorar a natureza violenta e trapaceira do orbe terrestre, acusando os outros (capitalistas) das falhas que todos temos.
Venho lendo os textos do Celso e do Dalton (e de outros) desde que descobri a existência desse blog. O Celso já conheci a pela leitura do seu livro. Assim como o SF, ainda me falta também conhecimento teórico dos ideais marxistas, pois sou de uma geração bem pós 68.
Me pergunto, lendo esses textos, como se livrar da dependência da mercadoria/capital, dado que vivemos em um mundo extremamente capitalista (a China é marxista?). Ou seja, qual seria forma prática então de se mudar este pragmatismo ?
No meu humilde entendimento, a mudança é individual e não coletiva. O Estado não pode e não consegue impor mudanças que os individuos precisam passar por uma reflexão interior, ou seja, cada indivíduo precisa tomar consciência de tentar melhorar o mundo, agindo com menos ganância e de forma mais coletiva.
Henrique,
o Dalton certamente te responderá também, numa linha mais teórica.
Da minha parte, o que vejo é um capitalismo cada vez mais destrutivo e ameaçador, que consegue sobreviver muito além de esgotado seu papel histórico positivo graças à manipulação dos mercados e das consciências, mas não consegue sair da crise que lhe é inerente e o condena à superação.
Ou seja, evita a transformação necessária mas se torna cada vez pior para a humanidade, maximizando a desigualdade econômica e a exclusão social, além de ameaçar a sobrevivência de nossa espécie com os desvarios ecológicos decorrentes da ganância desmedida.
Então, a lenta conscientização individual a que você se refere está em descompasso com a História: tudo indica que teremos uma avassaladora crise econômica global e terríveis alterações climáticas, o mais tardar, na segunda metade deste século.
Pelo bem das minhas filhas e de nosso povo sofrido, torço para que o Alberto Dines estivesse certo: "Criaturas e nações cometem muitos desatinos, mas, na beira do abismo, escolhem viver".
A esperança que resta é a de que, quando essas crises finalmente se desencadearem com força total, os seres humanos redescubram a verdade óbvia de que, ou sobrevivem juntos, ou cada um morrerá sozinho. E passem a lutar juntos não só pela sobrevivência, mas também para a reconstrução da sociedade em bases solidárias, priorizando sempre o bem comum.
Desculpe não poder ser mais otimista, mas creio que até soaria falso.
Um forte abraço!
Caro SF,
primeiramente quero agradecer a sua leitura atenciosa dos meus textos. Nada mais prazeroso para quem escreve do que ser lido, pois, afinal, não se escreve para si mesmo.
No meu caso, a necessidade de escrever deriva da vontade de compartilhar conclusões minhas das análises sobre as razões do caos da nossa visa social e, absorvendo ensinamentos de outras correntes de pensamento com as quais encontro identidade, poder encontrar soluções.
Sempre procuro ser didático (ainda que reconheça uma certa prolixidade que tento combater), mas o tema que exploro, a critica da economia política, é sempre complexo e por vezes inusitado, o que dificulta a compreensão das nossas mentes aculturadas dentro de uma matriz do pensar que nos aprisiona (o Marx esotérico, da crítica radical à economia política - leia-se capitalismo -raramente foi compreendido pelos próprios marxistas, o que na maioria dos casos levou a esquerda bem intencionada a erros históricos, por exemplo)
Tenho uma sequência de vida que agora segue um viés mais literário após anos de militância social, e que encontra na maturidade a possibilidade de difusão das experiências práticas aliadas aos estudos teóricos.
Nesse sentido, o blog náufrago da utopia, com sua revolucionária editoria que absorve e divulga pensamentos dentro dessa linha, destemidamente, dá-me essa grande oportunidade, que não é comum a outros veículos de comunicação (muitos dos quais vetam as minhas intervenções, seja por estranhamento e incompreensão do conteúdo ou por medo de enfrentamento de uma realidade que salta aos olhos, mas que implica em nos revolucionarmos a nós mesmos, o que não é fácil, convenhamos).
É claro que o capitalismo não é culpado de todas as mazelas humanas, pois muitas delas existirão mesmo quando tivermos outro modo de mediação social. Entretanto, considero que o capitalismo é um grande indutor de comportamentos que amesquinham o ser humano, porque lhes induz a atitudes fratricidas nas quais todos se tornam adversários de todos em função de uma lógica reificada, fetichista, vazia de sentido virtuoso, à qual a maioria se submete inconscientemente, ou outros conscientemente, pela vilania humana dos poucos que dela se beneficiam (temerariamente).
Considero que a riqueza material existente na natureza, e sendo extraída de modo ecologicamente correto, sustentável, e com o auxílio do imenso saber adquirido pela humanidade ao longo de sua existência, e que cada vez mais catapulta outros saberes antes inimagináveis (muitos deles agora demonstram a insanidade da lógica capitalista e explicitam as suas contradições inconciliáveis), e sob um novo modo de produção, pode proporcionar aos seres humanos um consumo coletivo confortável, sustentável, saudável, fraterno, dignificante, e sem os exageros que o consumismo capitalista está a nos induzir.
Um grande abraço, Dalton Rosado
RESPOSTA ENVIADA PELO DALTON POR E-MAIL:
Caro Henrique Nascimento,
primeiramente é bom ter você como nosso leitor, pois as pessoas que são capazes de se incomodar com a miséria social que ora nos aflige, são justamente aquelas que têm sensibilidade e abertura para a concepção de modos de mediações sociais que nos levem a um patamar superior de vida social e de crescimento do ser humano.
O embrião do capitalismo nasceu há cerca de 3 mil anos, quando começou o abandono da patilha comunal, na qual tudo que era produzido era partilhado por todos, e se passou gradativamente ao escambo, que é a troca quantificada, na qual se estabelece um valor quantitativo para os objetos trocados.
Assim nasceu a mercadoria (antes tudo era somente objetos servíveis ao consumo) e tudo de ruim que a ela se incorpora sub-repticiamente. Ao longo desses 3.000 essa forma de mediação social veio se aperfeiçoando e se espalhando mundo afora até que chegamos ao estágio atual dominados por esse vírus social.
Nos últimos 150 anos, com o desenvolvimento capitalista, principalmente na Europa, apareceram as correntes de pensamento que questionaram o modo capitalista de mediação social que tomava forma derrubando as monarquias-teocráticas absolutistas de então, e que pareciam como redentoras da escravidão tradicional (na Europa servidão feudal).
Eram os socialistas-utópicos (que deram origem ao anarquismo), de um lado, e a corrente do chamado socialismo científico de Marx-Engels do outro, aqueles que se contrapuseram ao capitalismo denunciando as suas mazelas pseudo libertadoras, que eram divulgadas pelos republicanos mercantilistas, adeptos da doutrina iluminista.
Já no início do século XX, a doutrina de Marx foi desenvolvida pelos revolucionários russos, no que se passou a chamar de marxismo-leninismo, que defendia (em resumo) a tomada do poder político estatal pelo proletariado, com a estatização dos meios de produção, acreditando-se que apenas com a eliminação da extração de mais-valia privada (ainda que fosse praticada pelo Estado dito proletário) e o controle político estatal derivado de um partido comunista, poderia se estabelecer o fim da tirania capitalista.
A vida demonstrou que não bastaria aquilo que o marxismo-leninismo defendia para a superação da exploração capitalista, justamente porque não se eliminaram as categorias de base que promovem a mediação social capitalista (trabalho abstrato, ou assalariado, dinheiro e mercadoria, que são espécies do gênero forma-valor, estado, politica, e toda a entourage institucional de apoio), e tudo voltou a ser "como dantes no quartel de Abrantes”.
O capitalismo e suas categorias fundante, com força onívora que tudo atrai para si de modo fetichista, terminou por minar os anseios revolucionário marxista-leninistas, e se estabeleceu como forma social dominante, mesmo nos países que primeiramente fizeram a revolução em nome do proletariado (Rússia em 1917 e China em 19490.
A china se enquadra nesse contexto, com uma forma política fechada e dominada por um partido dito comunista, e práticas capitalistas hoje até mais exacerbadas que a grande nação do capitalismo mundial que são os Estados Unidos (hoje ameaçados na sua hegemonia mercantil).
Mas o capitalismo, como dizia Marx, tem contradições internas que prenunciam a sua autodestruição (além de promover a nossa destruição) e hoje está se tornando inviável por si mesmo e acentuando a miséria social mundial a olhos vistos.
Entendo, portanto, que precisamos superá-lo antes que ele provoque uma hecatombe mundial. A pedra de toque dessa superação é a busca de produção de bens fora da lógica da mercadoria e a negação política estatal, e isso somente pode ser alcançado com a consciência que tivermos dessa necessidade e suas razões inarredáveis.
Espero ter contribuído com você para o aclaramento dessa complexa questão, ainda que de modo sintético. As escarpas são íngremes, mas seus cimos são luminosos, como disse poeticamente Marx em um dos prefácios dos seus textos científicos.
Um grande e fraterno abraço, Dalton Rosado.
Celso, este seu blog tem sido de grande valia para mim. As publicações permitem, a quem o acompanha, a ter uma visão mais crítica do mundo atual que vivemos. O que mais me comove é o seu ideal de luta, aliado a coerência de ideias (embora não precise concordar com todas) e o grande poder de argumentação. Neste contexto, a sua coragem e a dos colaboradores do blog em apresentar uma critica à dita esquerda atual enaltace ainda mais a sua importância.
Conheço a sua história assim como da do período árduo que viveu durante a ditadura militar. De uns tempos para cá tive a curiosidade de me aprofundar na história deste período lendo seu livro e outros livros que o descreveram, tais como o do Gabeira, Gorender (seu defensor), a trilogia do Gaspari e Sirkis.
Obrigado, Henrique. É sempre gratificante ler algo assim.
Infelizmente, nem todos os que lutam por nossas causas se mantêm fiéis aos valores que professam ou dizem professar.
Nos meus anos de aprendizado, o modelo que erigi dos revolucionário era bem exigente em termos de dedicação e postura. Passei o resto da vida tentando colocar-me à altura dos exemplos que me inspiraram.
Elogios me deixam até sem graça, porque meu sentimento é o de haver sempre agido da única forma possível.
Uma série que postei no ano passado dá, creio, uma boa ideia da minha visão de como deve ser um revolucionário (ou, pelo menos, de como eram os bons revolucionários da velha guarda):
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/04/esquerdista-que-nao-vendia-sua-alma.html
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/04/esquerdistas-que-nao-vendiam-sua-alma.html
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/04/esquerdistas-que-nao-venderam-sua-alma.html
Um forte abraço e ótimo domingo!
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