domingo, 5 de fevereiro de 2017

PÉROLAS POLITICAMENTE INCORRETAS DO MILLÔR FERNANDES

(recolhidas pelo 
Apollo Natali)

– Não digo que os críticos percam o total da poesia, mas sem dúvida perdem seu lado emocional ao examiná-la como especialistas. Mais ou menos o que acontece aos ginecologistas com relação ao sexo.

– Não precisamos ser especialistas em nada para fazer crítica. Sem jamais usar um martelo ou um formão qualquer pessoa sabe se uma cadeira incomoda ou não o seu traseiro. Em arte ou sabão de roupa, criticar é direito de todo mundo.

– O primeiro crítico foi aquele xiita que dormiu enquanto Moisés lia os 10 mandamentos e achou muito prolixo.

– E no sétimo dia, quando Deus descansou, surgiram os primeiros críticos.

– Às vezes, só ao ler a crítica percebemos que a merda de filme que vimos no dia anterior é uma obra genial.

– E Deus olhou tudo em volta e viu que tudo era bom. Porque não tinha inventado a crítica. Então Ele ia ver mesmo o que era bom.

– E me certifiquei, mais uma vez, do objetivo da crítica: me fazer de imbecil.

– Todo homem tem que aprender lenta e cansativamente a sua profissão. Com exceção dos críticos teatrais, que já nascem prontos.

– O crítico é como o cara casado com uma mulher bonita que só lhe vê os defeitos e as repetições e, cansado de ir para a cama com ela, de repente descobre, surpreso, que nem todos têm a sua opinião e compartilham do seu tédio.

– Eu adoro críticas, sobretudo as bonitas e de pernocas bem-feitas.

– Crítico é um sujeito a quem você oferece um vinho e ele saboreia com critério de bacalhau.

– Não sendo autor, o cara não sabe as dores do parto nem os detalhes mais profundos da criação. Um crítico, em suma.

– O crítico é um impotente que faz de tudo para brochar os outros. Quando não consegue isso, pelo menos evita que tenham orgasmo.

– Elenco é uma corja de artistas.
– Ecletismo é uma dessas reuniões artísticas onde a gente encontra homens e mulheres de todos os sexos.

– Agora me digam aqui: por que se dar ao trabalho de sair de casa pra ir se chatear no teatro quando se pode ficar em casa e ser chateado pela televisão?

– Os escritores mortos são muito melhores do que os vivos porque não escrevem mais.

– Literatura é sublime, mas só o sexo provoca ereção.

– A maior parte dos escritores não merece as árvores cortadas por causa deles.

– Como atirava mal o pobre do Euclides da Cunha! [de um crítico literário mau-humorado. Euclides foi morto a tiros pelo amante de sua mulher...]

– A fama é um monstro inconstante que se alimenta de psíquicos tolos.

– Os meios de comunicação não se interessam por felicidade.

– O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.

– Na batalha de Armoret, não morreu ninguém. Durante as filmagens da batalha morreram três pessoas da equipe e 22 ficaram feridas.

– De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência.

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