sexta-feira, 11 de novembro de 2016

LEONARD COHEN (1934-2016): ESTE, SIM, FOI UM POETA MERECEDOR DO NOBEL!

Não prestei muita atenção no poeta, compositor e cantor canadense Leonard Cohen quando, assistindo ao documentário sobre o Festival da Ilha de Wight de 1970, eu o vi aparecer como atração secundária, com direito, se bem me lembro, a uma única música no filme, ao contrário dos medalhões da época (The Doors, The Who, Jimi Hendrix, Joan Baez, Jethro Tull, etc.). 

Já sua canção "The Stranger Song" me atingiu em cheio, desde a primeira vez em que assisti ao filmaço de Robert Altman, McCabe & Mrs. Miller (1971). É a utilizada na abertura, junto com a chegada de Warren Beatty e os letreiros iniciais. Adorei.
Mas, ficou nisso. Não soube de disco seu lançado no Brasil, à época. Terá havido algum?

Veio o surpreendente Exótica (d. Atom Egoyan, 1994), que considero uma das culminâncias cinematográficas da década retrasada. E aí fiquei conhecendo a incrível "Everybody knows" – que, tanto quanto "The Stranger Song", encaixou-se como uma luva num filme para o qual não fora feita.
Não esqueci mais o nome do autor. Depois, com as facilidades do MP3, travei contato com a obra inteira de Cohen. E fiquei admirando intensamente seus dotes de grande letrista, equiparável a Jim Morrison, Paul Simon e Peter Sinfield.

Finalmente, navegando pelo Youtube, acabei descobrindo um vídeo precioso de Cohen interpretando "The partisan song" na TV francesa, em 1969. Nem preciso dizer que foi a canção dele com a qual mais me identifiquei, nem o porquê. 
Cohen merecia muito mais reconhecimento do que obteve. Se houvesse nascido nos EUA e não no Canadá, provavelmente teria ofuscado Bob Dylan, artista com características semelhantes e menos talento. 

Mas, como ele mesmo diria, é assim que as coisas são. Todo mundo sabe.

7 comentários:

Leandro Ramos Benfatti disse...

Bom dia Celso! Tudo bem? Celso, será que o Bob Dylan venceu o Nobel de Literatura por causa da indústria cultural?

celsolungaretti disse...

Sim e não.

Um Nobel heterodoxo como esse não vai fazer os fãs da literatura correrem a comprar as obras do Bob Dylan. Se pensarmos apenas em estimular vendagens para aumentar receitas, é bem provável que premiando um autor de livros o sucesso fosse maior.

Mas, do ponto de vista de fazer ser discutido um prêmio no qual pouca gente continuava prestando atenção, aí sim escolher Dylan foi uma jogada esperta. Certamente a quantidade de textos publicados na imprensa, a favor e contra, será muitas e muitas vezes maior do que nos últimos anos.

Então, juízes de obras literárias se comportaram como meros marqueteiros, o que é típico da indústria cultural.

Leandro Ramos Benfatti disse...

Bom dia Celso! Tudo bem? Obrigado pela resposta e gosto muito de ler o blog e posso compartilhar os seus textos para o Facebook?

celsolungaretti disse...

Certamente, Leandro. Com meus agradecimentos. Abs.

Leandro Ramos Benfatti disse...

Abraços Camarada!!!

Anônimo disse...

Bela homenagem para alguém bastante diferente

celsolungaretti disse...

Você acha?

Ele e a Loreena McKennitt foram os artistas de que mais gostei de uns tempos para cá. Parei de fazer críticas de música em 1984, fiquei duas décadas meio alheio às novidades e só voltei a procurá-las quando comecei a baixar gravações pela internet. Foi aí que descobri ambos... e pouca coisa mais.

Encontrei muito foram músicas que desconhecia de artistas dos quais já gostava.

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