quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O EXTERMINADOR DO PRESENTE

Age sozinho, mata milhares num golpe, espalha o mal, morre de velho: é o cloro.

O criador de tudo esparramou uma camada de ozônio em volta do mundo para proteger seus filhos do ataque de inimigos químicos e viu que sua obra foi boa só até l930, quando o homem inventou o primeiro refrigerador, pai do ar-condicionado.

Máquinas como essas funcionam com o gás refrigerante, o CFC – cloro-fluor-carbono.

Os CFCs migram para a estratosfera e lá são atacados pelos Uvs, os raios ultravioletas do Sol.

O cloro, expulso da molécula  CFC, assume sozinho, como um vingador, o papel de exterminador do ozônio: separa as moléculas do ozônio, formadas por três átomos de oxigênio, e abre buracos para a invasão dos raios ultravioleta e sua ação maléfica sobre a Terra.

A explicação é do engenheiro de refrigeração Karel Van Berghem. 

Entre os males provocados pelos Uvs, segundo o engenheiro, estão o câncer de pele e a catarata; danos às plantações e aos organismos aquáticos; e aumento da temperatura ambiente.

"Essa quentura, que também é provocada pelo desmatamento e emissão de gases do petróleo e seus subprodutos, é tida como culpada de embaralhar o regime dos ventos e das chuvas, derreter geleiras, provocar secas, tempestades, tufões, enchentes."

O engenheiro explica que, em virtude do longo tempo de permanência dos CFCs na atmosfera, o ozônio sempre vai diminuir. "Gases que subiram no ano 2000, p. ex., vão fazer efeito durante décadas."
O CFC de vida mais longa, segundo ele, é o CFC-114. 

A esse Matusalém exterminador, Deus soprou 220 anos de vida para fazer estragos. "A vida dos CFCs varia de sete a 220 anos."

O CO2 foi brindado com 200 anos de vida; o CFC-123, com 116; o HCFC-124, com 7,5; o CH4, com 10,5; o HFC-134ª, com 15,6; o HCFC-22, com 15,8; os HCF-125, com 40,5; e o CFC-11, com 55 anos.

Segundo o engenheiro holandês, há outras fontes de emissão de cloro, além dos refrigeradores e aparelhos de ar condicionado. Também emitem cloro, segundo ele, as piscinas, tratamento de água potável, indústrias.

O CFC mais usado hoje em refrigeração é o R-12 (difluorodiclorometano, ou gás Freon-12). "É aplicado em sistemas de ar condicionado automotivo, refrigeração doméstica, comercial e outras".

O alternativo isento de cloro para o R-12, segundo Van Berghem, é o R134ª, (tetrafluoretano), com propriedades físicas e termodinâmicas similares ao R-12.
Luz no fim do túnel: "O R-134ª pertence ao grupo dos HFCs fluorcarbonos parcialmente halogenados, com potencial de destruição do ozônio igual a zero, pois não tem cloro. Representa redução do potencial de efeito estufa de 90%, comparado ao R-12”. 
(por Apollo Natali)

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