Resumo da ópera psicanalítica: em todos os filhos sem pai encontramos sistematicamente uma deficiência no plano social, sexual, moral ou cognitivo. Ao contrario do que se acreditava, é durante os dois primeiros anos de sua existência que os meninos têm absolutamente necessidade do pai. Acham-se nesses meninos sem pai os mesmos desenvolvimentos atípicos encontrados em órfãos que vivem em lares de adoção.
Os filhos que não receberam uma paternagem adequada —isto é, presença física e também presença afetiva, amor, calor humano— na adolescência tornam-se confusos quanto a sua identidade sexual, muitas vezes apresentam uma feminização do comportamento, falta-lhes amor próprio, reprimem sua agressividade e com ela sua necessidade de afirmação, sua ambição e sua curiosidade exploratória.
Alguns podem sofrer bloqueios relativos à sexualidade, podem ter problemas de aprendizagem, demonstram muitas vezes dificuldade em assumir valores morais e responsabilidades em desenvolver o senso do dever e de obrigação em relação ao outro.
Também: a ausência de limites se manifestará tanto na dificuldade de exercer a autoridade quanto na de respeitá-la. A falta de estrutura interna ocasionará certa fraqueza de temperamento, ausência de rigor e, em geral, complicações na organização da própria vida.
Além do mais: pesquisas indicam que os filhos de pais ausentes têm maior propensão ao homossexualismo do que aqueles cujos pais estiveram presentes.Têm também maior suscetibilidade a problemas psicológicos e a pior hipótese será a delinquência, a droga, o alcoolismo, tudo isso envolvido por uma revolta infinda contra a sociedade patriarcal, revolta que devolverá ao pai faltoso a imagem de sua ausência.
Estatísticas sobre a precariedade da saúde geral dos homens: durante a infância e a adolescência apresentam mais frequentemente que as mulheres atraso mental, problemas de atenção associados à hiperatividade, problemas de comportamento, hiper-ansiedade, dificuldades esquizoides, tiques transitórios ou crônicos, gagueira, enurese —urinar e defecar involuntariamente— sonambulismo e terror noturno, autismo, perturbações do desenvolvimento persistentes e específicas, como a dislexia.
Finalmente: na idade adulta os homens ocupam um espaço considerável nas categorias de perturbações de personalidade paranoide, compulsiva e anti-social, como atesta seu elevado número nas prisões. Os homens predominam amplamente em matéria de transexualismo, homossexualismo e perversões sexuais.
Medo da homossexualidade: a primeira conseqüência do filhos que ficam aos cuidados exclusivos da mãe é o medo das mulheres. O medo de ser uma delas. Durante toda a vida os filhos sem o pai terão medo do corpo, tanto do das mulheres quanto do seu. O fato de não ter recebido afeto físico por parte do pai fará nascer no filho o que os psicanalistas acham que se deve mesmo denominar de terror: ser homossexual. Maiores prejuízos ainda ao filho são causados pelo pai, embora presente fisicamente, idiotamente truculento e agressivo.
O medo de ser homossexual está tão profundamente enraizado no homem, sua presença é tão insidiosa e perpétua que ele termina por ameaçar todas as relações de amizade dos homens entre si, envenena toda possibilidade de um erotismo masculino e, além do mais, impede muitos pais de tocarem seus filhos. O homossexualismo, no mais das vezes, traduz a procura inconsciente do pai, a procura de uma identidade masculina.
Literatura analítica: o homossexualismo tem suas raízes arquetípicas no mais profundo da história da humanidade. A exemplo da maioria dos homens, os homossexuais são filhos que ainda tentam soltar seus corpos da dominação materna ou homens que não aguentam mais ter que viver de acordo com os ditames ridículos de uma sociedade que lhes proíbe o acesso a seus sentidos.
De ponta-cabeça na psicanálise: a tentativa desesperada de não ser assimilado pelo corpo da mãe já que necessita mais é ser assimilado pelo corpo do pai, não explicaria em parte o desprezo do homem por um outro corpo, o da Terra? O saque e a poluição da Terra pelos homens de terno e gravata que dirigem empresas e países não exprimiriam uma vingança inconsciente dos filhos em relação ao corpo da mulher? Essa falta de respeito e esse abuso de poder por parte do animal humano em relação ao próximo e a seu próprio habitat não atestam a posição demente na qual foram colocados os homens ao serem privados de suas sensações corporais?
Não seria o grito enraivecido deles que vai perfurar a camada de ozônio? Não é sua imensa dor não expressa por não terem acesso à própria sensibilidade e serem podados pela inconsciência do próprio pai que torna os homens tão destrutivos e selvagens? Não se comportam eles como crianças ou animais que tivessem sido privados de afeto durante toda a vida?
Os filhos sem pai, inquietos e sem estrutura, necessitam de protagonizar papéis na sociedade para poder existir. Há os que agem como heróis, sedutores, arremessam-se em aventuras perigosas, tornam-se bêbados. Não acreditam que possam ser amados por ninguém. Vão à forra. Readquirem o que foi perdido externando crueldade.
Agora, o melhor: é necessária uma história de amor entre o pai e o filho já por ocasião dos primeiros balbucios da criança.
Essa história de amor favorecerá o desenvolvimento genital no momento em que a diferenciação sexual apenas começa a ocorrer. Permitirá ao filho, mais adiante, engajar-se com mais segurança na heterossexualidade. Nada de compulsão para exercer poder destrutivo.
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