Como se previa, a presidente Dilma Rousseff não compareceu à comemoração dos 36 anos do Partido dos Trabalhadores, livrando-se do mico de escutar pessoalmente críticas à direitização do seu governo (e eventuais vaias).
Mandou uma carta em seu lugar. Na qual, lá pelas tantas, afirma que tem "um compromisso inquebrantável com a estratégia de desenvolvimento pela qual tanto lutamos".
Esqueceu de explicar por que, cargas d'água, trocou tal estratégia, nos últimos 14 meses, pelas medidas de austeridade características do neoliberalismo.
Esqueceu de explicar por que, cargas d'água, trocou tal estratégia, nos últimos 14 meses, pelas medidas de austeridade características do neoliberalismo.
Também esqueceu que roupa suja se lava em casa. Não era o Chile o palco certo, nem a chegada para almoçar com a presidente Michelle Bachelet a ocasião apropriada para espinafrar o seu partido: "Eu não governo só para o PT, eu governo para 204 milhões de brasileiros", "Um partido é um partido, um governo é um governo", etc.
Mesmo estando com isto entalado na garganta, deveria manter a compostura e depois dar o recado para as pessoas certas, na cara delas. Certamente as encontraria na festa à qual esquivou-se de comparecer, preferindo desabafar a mais de 3 mil quilômetros de distância.
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"Vai! Vai! Vai! Vai! Não vou."
Um comentário:
No artigo de 14.02.16 é tratado pelo blog o ovo de serpente que deixou de ser esmagado em 1998 por Lula no caso da corrupção ocorrida na prefeitura de São José dos Campos onde os serviços da "empresa" CPEM- Consultoria para Empresas e Municípios era uma engenharia para desviar recursos para o PT.
Sobrou mesmo para o denunciante, o petista Paulo de Tarso Venceslau.
Lembro isso porque a serpente chocou não só esse como deixou muitos ovos espalhados nas autenticas organizações populares que foram sendo cooptadas pelo PT.
Quem passar hoje em frente a sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no térreo do prédio Martinelli com rua São Bento, verá as portas de vidros da entidade forradas com material chamativo contra a terceirização.
No entanto esse sindicato petista, com muitos diretores, ex presidentes camaradas de Lula fez a terceirização de seus serviços jurídicos há muitos anos. E no auge da era Lula em seminários, simpósios, da CUT, seus representantes defendiam a terceirização.
Antes de de 1998 alguns petistas nas eleições do sindicato tentaram uma renovação do triunvirato que mandava e manda no sindicato que são eles o deputado Berzoini, Gilmar Carneiro, João Vaccari [este último atrás das grades]. Eles determinam e dão aval à formação da chapa que fará a sucessão.
Numa eleição dos anos noventa a chapa de oposição [todos da chapa eram do PT] passou para o segundo turno. A situação não esperava isso.
Para reverter essa situação houve o movimento S.O.S Chapa UM [situação]. Todo o diretório estadual do PT comandado pelo sr. Paulo Okamamoto, homem de confiança de Lula, veio "ajudar a chapa da situação" o que determinou a continuação dessa turminha do Lula na presidência da entidade.
Sem dúvida, a mão invisível do Lula estava por trás dessa traição.
Passado três nos, na próxima eleição, a autêntica oposição, repito: todos petistas, formaram outra chapa.
Dessa vez o triunvirato [Berzoini, Vaccari e Gilmar] não perdeu tempo. Demitiu todos os funcionários do sindicato que apoiava a chapa de oposição.Muitos tinham trabalhado e resistido no sindicato durante todo o período da ditadura
E pior, negociaram com os grandes bancos particulares Bradesco, Itaú, Unibanco e outros a entrada da chapa da oposição em suas centrais [grande concentração de trabalhadores] para propaganda e a NÃO PERMISSÃO para a entrada da oposição nos mesmos locais.
Alegavam aos banqueiros que eles eram a melhor alternativa e que a oposição era extremamente radical.
A chapa da situação ganhou no primeiro turno.
Tivesse ganho a oposição, o Sindicato continuaria na órbita do PT e haveria uma oxigenação dos quadros.
Não teria havido o caso da BANCOOP-Cooperativa de Habitação do sindicato onde houve desvio de recursos para o partido.
Não teria um presidente tão subserviente como o Sr. João Vaccari, que eles e outros já deveriam ter sido presos somente pelo escândalo da cooperativa.
Tão subserviente que foi ser operador das roubalheiras da PETROBRAS e acabou sendo residente do presídio Papuda.
Relato esses fatos num dos maiores sindicatos do Brasil, que é o dos bancários da cidade de São Paulo e região.
Hoje as chapas de oposição formadas nas eleições são do PSTU e PSOL quando há.
Do PT nunca mais houve dissidência porque aconteceu uma das coisas mais terríveis que possamos imaginar: todo a militância autêntica que não seguia os cânones do PT eram denunciadas aos banqueiros e demitidas. Terrível, mas verdade.
A era PT foi e está sendo um atraso muito grande para os movimentos dos trabalhadores.
Por isso temem uma derrota avassaladora nas próximas eleições municipais e a derrota de Haddad em São Paulo [um pouco improvável]seria o começo do fim do partido.
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