sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

REINALDO AZEVEDO MENTE

A veja e Reinaldo Azevedo há muito têm como um de seus objetivos máximos fazerem com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja preso. E a Folha de S. Paulo acaba de fornecer espaço para o  pitbull de papel estender sua perseguição obsessiva a um veículo que não é meramente um panfletinho da extrema-direita, como a revista e o site nos quais o dito cujo pontifica.

Com isto, a Folha expõe-se a dar guarida a mentiras deslavadas, como a que RA utilizou para tentar respaldar sua afirmação de que Lula se consideraria "o inimputável da República": 
"Vai ver isso decorre daquela maioria excêntrica formada no STF, em 2009, que decidiu que o refúgio concedido a Cesare Battisti era ilegal, mas que cabia a Lula decidir se o terrorista ficaria ou não no Brasil. Ficou. Assim, os excêntricos de toga lhe concederam a licença única para decidir contra a lei".
O que o Supremo Tribunal Federal realmente decidiu em três votações, sempre por 5x4, foi:
  1. anular a decisão do então ministro da Justiça Tarso Genro de conceder refúgio humanitário a Battisti, por considerar que os motivos alegados eram insuficientes para tanto;
  2. autorizar a extradição de Battisti, solicitada pela Itália;
  3. reafirmar a jurisprudência de que cabe ao presidente da República, como condutor da política externa do País, a palavra final sobre pedidos de extradição.
Foi, portanto, uma mentira cabeluda do RA: Lula não decidiu "contra a lei", apenas exerceu uma prerrogativa presidencial que sempre existiu em nossa tradição republicana.

RA também tenta vincular demagogicamente a terceira decisão à primeira, o que é uma ofensa à inteligência dos leitores da Folha. O refúgio humanitário foi anulado, mas isto apenas impedia Lula de o restabelecer. A decisão presidencial foi outra, a de não autorizar a extradição.

Cinco meses mais tarde, o STF, novamente acionado pela Itália, decidiu (desta vez por 6x3) que o desfecho dado por Lula ao episódio tinha sido consistente com o resultado do julgamento. 

Hoje, portanto, Battisti não é um refugiado, mas sim um imigrante normal, como qualquer outro, com RNE (Registro Nacional de Estrangeiros) permanente.  

A mentira tem perna curta. 

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails