O cargueiro sentimental, novo livro de Cesare Battisti, será lançado neste sábado (12), às 19 horas, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
Como a Editora Martins Fontes esqueceu de enviar-me o dito cujo ou mesmo o press-release, reproduzo a apresentação que o companheiro Carlos Lungarzo fez do livro, e unicamente por prezar o Cesare e os leitores deste blogue. Quando atuava profissionalmente como crítico, jamais noticiei lançamentos de editores amadorescos e descorteses:
Battisti começou a escrever como profissional na França, e, a partir de 1990 publicou numerosos romances no estilo noir, alguns deles (como Os Últimos Cartuchos e este que agora comentamos), foram muito elogiados pela mídia brasileira, e receberem crítica favorável tanto de especialistas em literatura, como linguísticas e sociólogos.
Como diz a escritora francesa Nicole Pottier, Le Cargo Sentimental (Joëlle Losfeld, Paris, 2003 & Galimard, 2005), é uma história de amor, melancólica e triste.
Segundo o especialista Hubert Artus, os romances de Battisti nunca tergiversam a realidade. O amor, o sexo, as viagens, a luta, tudo parece envolvido por uma espécie de ironia. Os militantes italianos que fogem a França para encontrar proteção, conseguem, se tanto, trocar um lugar para viver pelo compromisso de permanecer anônimos, sem identidade.
Neste livro, o protagonista é um jovem italiano que deixa a casa de seu pai (antigo e involuntário resistente contra o fascismo) para embrenhar-se na luta contra os restos de fascismo na Itália. Ele se apaixona por uma garota que fica grávida, que logo se afasta dele sem deixar rastos, até que o protagonista sabe que ela morreu, mas deixou uma filha que também é militante. Isto faz que ele empreenda uma procura desesperada por sua filha, uma tarefa que colocará em cena os problemas de três gerações de militantes, a do pai resistente antifascista, a da namorada e parceira de militância, e a filha de ambos.
A impecável articulação entre as três épocas e a profunda descrição dos dramas humanos envolvidos na ação política, chamou a atenção da crítica literária francesa e provocou a aclamação do público esclarecido.
O prestigioso semanário Paris-Match destaca que este livro de Battisti é a melhor manifestação do impasse absoluto ao qual conduz o terrorismo. O autor da resenha se emociona, e, parodiando o ditado latino sobre os imperadores, termina assim: “Ave, Cesare, os que leram teus livros te saúdam”
Nenhum comentário:
Postar um comentário