Está no editorial da Folha de S. Paulo desta 4ª feira, 25:
"A empresa americana de classificação de risco Standard & Poor´s manteve a nota do país na categoria de investimento seguro, ainda que apenas um degrau acima do nível que seria considerado arriscado...
A S&P expressou a crença [mais honesto seria dizer que tudo faz para levantar a bola dos defensores de tal posição] de que o governo e o Congresso manterão o rumo do ajuste das contas públicas, o que reforçará lentamente a confiança de empresários e consumidores e, ao longo do tempo, ajudará a restabelecer o crescimento. Considerou, além disso, uma surpresa positiva a guinada de 180 graus na política econômica.
No ano passado, quando a agência rebaixou a nota do Brasil, a expectativa era a oposta: os erros do primeiro mandato de Dilma Rousseff se repetiriam no segundo.
A mudança de rota foi considerada mais relevante do que o agravamento da conjuntura..."
É chocante ver muitos petistas espocando champanhe para este reticente voto de confiança que o Brasil acaba de receber dos cães de guarda do capitalismo globalizado que, primeiramente, levaram-no à beira do abismo; depois, sinalizaram que se absterão de empurrá-lo para baixo desde que Dilma-2 não repita os erros de Dilma-1, ou seja, desde que mantenha a guinada de 180º na política econômica (eufemismo para a rendição incondicional à ortodoxia neoliberal).
No fundo, quem realmente recebeu o voto de confiança foi o Chicago boy Joaquim Levy, na esperança de ajudá-lo a manter-se como czar da economia, na contramão de tudo que o PT prega desde 1980 e apesar do fogo cerrado dos melhores quadros do partido, que não se conformam com tamanha degringola ideológica.
Quando somos elogiados por inimigos figadais, a primeira pergunta que devemos fazer é: "Onde foi que erramos?".
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