É melancólico vermos o intragável Reinaldo Azevedo (clique aqui) deitando e rolando em cima das concessões ideológicas feitas pela Dilma durante a temporada de caça aos votos, atirando-lhe na cara vários exemplos de incoerência com posições anteriormente assumidas por ela e por seu governo.
É deprimente constatarmos que, desta vez, ele tem inteira razão, ao acusá-la de trair e mascarar suas convicções para torná-las palatáveis a (na minha opinião, não na do RA) eleitores zumbificados, perdidos nas trevas medievais e criminosamente tosquiados por falsos pastores, dos quais teriam de ser protegidos pelos Poderes da nação.
Os compromissos ora assumidos são os que a impedirão de, reeleita, estimular e/ou apoiar as iniciativas policiais e judiciais no sentido de que estelionato, lavagem cerebral, exploração da fé, charlatanismo, curandeirismo, lavagem de dinheiro e perseguição religiosa (contra os cultos afro-brasileiros) passem a ser efetivamente punidos nestes tristes trópicos.
Posso estar clamando no deserto, mas continuarei insistindo que esquerda no poder é aquela que, após fazer campanha eleitoral com discurso de esquerda, governa segundo o ideário da esquerda. Caso contrário, será incapaz de encabeçar as transformações agudas de que nossa sociedade desesperadamente carece e só vai estar dando ensejo a que os inimigos a desmoralizem aos olhos dos cidadãos comuns, qualificando-a de farinha do mesmo saco.
2 comentários:
Por causa de você fui ler o tal artigo do Reinaldo Azevedo. Tudo bobagem. Leia Paulo Francis, os textos na época em que Fernando Henrique foi candidato a Prefeito de São Paulo (tem que enfiar a mão na merda). Alguns dizem que perdeu em razão da pergunta feita por Boris Casoy. Talvez!!. Eu morei em Vila que tinha um saravá em cada esquina, até 1.986. Hoje mudou e um amigo que tinha "um terreiro saravá" virou evangélico "porque agora encontrou Jesus". E os Pastores e Padres sabem muito bem que é tudo parte da campanha eleitoral. O Bispo ou Arcebispo (sei lá) expulsou Maluf da Igreja em Aparecida. Mas aceitou Aidimim e Serra. É TUDO FALSIDADE. E FAZER O QUE?
Sílvio,
o problema que o Reinaldo Azevedo está mesmo certo: para manter um mínimo de coerência, a Dilma jamais deveria aparecer em público, em vídeos e em fotos, ao lado de figuras como o Edir Macedo. É um mico grande demais.
Assim como o Lula jamais deveria ter feito a vontade do Maluf, que cobrou-lhe um beija-mão público como preço para apoiar o Haddad. Foi uma sutil vingança do Maluf, à qual o Lula se prestou.
Sou comunicador e levo sempre em conta a força dos símbolos. Esses que eu citei são devastadores. Fizeram estrago imenso na imagem da Dilma e do Lula, diante das pessoas que têm inteligência e caráter.
São poucas? São. Mas são os quadros com que se poderia construir uma esquerda de verdade. E esses quadros perderam a fé em todos nós. Sobraram os pilantras atrás de boquinhas, a borra do fundo do tacho. Com essa gente não se constrói, embora sirva para manter um partido no poder.
Desde que tal partido não ambicione fazer grandes coisas, transformar a sociedade. Desde que se limite a perpetuar as estruturas podres do poder, como o PT está fazendo.
Abs.
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