"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”
A frase é de Karl Marx, em O 18 Brumário de Luis Bonaparte.
Cai como uma luva para quem banaliza a gloriosa saudação do Poder Negro, que os medalhistas dos 100 metros Tommie Smith e John Carlos exibiram em pleno palanque da Olimpíada de 1968, no México, sendo por isto expulsos da delegação estadunidense.
Foi um gesto tão marcante da luta contra a desigualdade e o racismo que, entre nós, poucos além do doutor Sócrates teriam autoridade moral para o repetir -como ele fez no curso da luta travada para enterrarmos de vez a ditadura putrefata.
Afinal, a mobilização pelas diretas-já também foi um episódio maior do século passado (pelo menos para nós, brasileiros).
Já no século atual, os herdeiros do Poder Negro e do doutor Sócrates são os jovens que, com muita coragem, enfrentam nas ruas as mais truculentas tropas de choque, integradas por policiais cuja formação continua sendo caracteristicamente ditatorial.
Se vierem a adotar a antiga e emblemática saudação, aplaudirei. Estes não estariam sendo farsantes.
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