sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O PSOL, OS SONHOS LENTOS E OS PÉS DOLORIDOS

Um dos grandes momentos de Quando explode a vingança (Giù la testa, 1971) --a obra-prima em que o cineasta italiano Sergio Leone dissecou as revoluções, tendo a mexicana como paradigma-- é quando o dinamitador irlandês (James Coburn) decide não continuar em fuga com os contingentes rebeldes, preferindo parar e enfrentar sozinho as forças reacionárias. Aos que tentam demovê-lo, ele justifica: "Talvez seja porque estou cansado de errar por estas montanhas atrás dos vossos sonhos lentos. Ou talvez seja porque os pés me doem".

É como me sinto com relação à participação de revolucionários na política oficial: independentemente dos que ficam deslumbrados com o poder, passando a encarar o meio como fim, mesmo aqueles que se conservam íntegros acabam não chegando a lugar nenhum. 

Seus sonhos são demasiado lentos, ainda mais agora, face à urgência da tarefa de garantirmos a sobrevivência da humanidade.  O capitalismo a conduz inexoravelmente para a extinção e os partidos que disputam eleições se comportam rotineiramente, como se tivéssemos séculos e séculos pela frente; na melhor das hipóteses, só nos resta um.

Então, até porque os pés me doem, resolvi não mais perseguir os sonhos lentos do PSOL. 

Mas, àqueles que ainda se interessam pelo jogo de cartas marcadas das eleições, tão esvaziadas nesta etapa em que o verdadeiro poder é o econômico e o político não passa de encenação inócua, sugiro que apoiem, como candidata à Presidência da República, uma companheira que, ao menos, se mantém íntegra e tem uma mínima noção dos desafios que enfrentamos no século 21: Luciana Genro. Acessem aqui uma entrevista na qual ela diz a que vem.

A Luciana quer posicionar o partido nas ruas, junto com os  indignados. Então, contrapõe-se tanto à corrente ortodoxa e datada que desconfia de tudo que não consegue controlar, quanto ao utilitarismo oportunista do senador Randolfe Rodrigues e seguidores, que fariam o PSOL repetir o desvirtuamento do PT.

É óbvio que, sejam quem for o(a) candidato(a), o PSOL não vencerá em 2014. Mas, com Luciana Genro, o partido ficará bem mais presente na manifestações de protesto, bem mais forte nas ruas. E são elas que realmente contam.

Um comentário:

Havvah disse...

Os sonhos"tartarugaram"
para mim também.

Ficaram tão lentos que meus pobres pés não aguentaram o salto stiletto,rs.

Minha guerra mais do que declarada foi banir o tal Título de Idiota da minha vida.
Meu voto nunca mais.

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