A
Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal foi criada em
1995. Até agora, sua presidência tinha sido ocupada 13 vezes pelo PT,
três pelo PDT, uma pelo PCdoB e uma pelo PPB.
Chegada a hora de substituir o deputado maranhense Domingos Dutra, o PT abdicou de continuar presidindo-a e preferiu ficar com comissões que lhe garantissem maior poder real (mandando às urtigas seus ideais históricos):
Chegada a hora de substituir o deputado maranhense Domingos Dutra, o PT abdicou de continuar presidindo-a e preferiu ficar com comissões que lhe garantissem maior poder real (mandando às urtigas seus ideais históricos):
- Seguridade Social e Família;
- Relações Exteriores e Comércio; e
- Constituição e Justiça.
O
Partido Social Cristão, que não tinha direito a ocupar nenhuma vaga no
colegiado, passou a contar com cinco deputados na comissão. Cederam
vagas para a legenda o PMDB e o PTB. PSDB e PR também perderam espaço
para parlamentares da bancada evangélica.
Ou seja, o monstro Feliciano não teve geração espontânea. Nasceu da irresponsabilidade dos partidos progressistas (ou tidos como tais) que mostraram considerar irrelevantes os direitos humanos e os direitos das minorias, e agora tentam destrambelhadamente reparar o imenso mal cometido: o de terem permitido que a incumbência de defender direitos coubesse a quem se caracteriza por agredir direitos, inclusive a liberdade de expressão (a atitude de mandar prender manifestantes escancarou sua índole inquisitorial!).
De resto, Feliciano, um rato que ruge sem
a simpatia de Peter Sellers, resolveu peitar até Dilma Rousseff, ao
afirmar que a resistência atual do PT ao seu nome não passaria de "jogo
político", com o risco de a presidente e o governo estarem "jogando fora
o apoio dos evangélicos, que não é pequeno, para uma eleição do ano que
vem". E completou, exagerando: "São quase 70 milhões de evangélicos”.
O líder do PSC, deputado André Moura (SE), também investiu na estratégia de confrontar os petistas, ao afirmar:
Ou seja, o monstro Feliciano não teve geração espontânea. Nasceu da irresponsabilidade dos partidos progressistas (ou tidos como tais) que mostraram considerar irrelevantes os direitos humanos e os direitos das minorias, e agora tentam destrambelhadamente reparar o imenso mal cometido: o de terem permitido que a incumbência de defender direitos coubesse a quem se caracteriza por agredir direitos, inclusive a liberdade de expressão (a atitude de mandar prender manifestantes escancarou sua índole inquisitorial!).
Quem equipara a relação sexual a um ato de violência precisa é de um bom psicanalista... |
O líder do PSC, deputado André Moura (SE), também investiu na estratégia de confrontar os petistas, ao afirmar:
"Por que não pegar um espelho e olhar para si mesmo e perguntar: por que o PT indica para a Comissão de Constituição e Justiça dois mensaleiros condenados pela mais alta Corte deste país, o STF? Será que julgar a indicação do Feliciano, pelo PSC, é correto para um partido como o PT, que, volto a repetir, indicou dois mensaleiros condenados?"
É sempre bom lembrar: o bom senso nos manda esmagar os ovos de serpente antes que eclodam.
Se
nanicos fascistóides começarem a desafiar o PT com tamanha desfaçatez e
não receberem resposta à altura, estará aberto o caminho para a
gestação de um ameaçador populismo de extrema-direita.
Feliciano
é caricato e não parece destinado a grandes voos... mas detém hoje
muito mais poder do que um certo austríaco com bigodinho engraçado
tinha, quando começou a discursar em cervejarias.
Um comentário:
Dilma já proclamou aos quatro ventos, inclusive aos zéfiros do Recife, quando lá esteve discursando ao lado de seu atual aliado e potencial adversário Eduardo Campos, que é impossível governar o país sem alianças partidárias. Claro que há no PT, ou ao seu redor, uma irresistível tendência à depuração ideológica, como já tivemos no afastamento de Bete Mendes, Airton Soares, Francisco Weffort. A peneiragem continua: estão na mira Suplicy, Paulo Bernardo e Eduardo Cardoso. Se querem expurgar os da casa, o que dizer dos “aliados”? O caso Feliciano, porém, traz à baila outro problema: nossa manicomial estrutura partidária. São trinta partidos registrados no TSE. Qualquer governante tem de ir atrás de apoio partidário. Se não consegue grandes aliados, tem de apanhar uma mancheia de nanicos. Essas trinta agremiações, em sua quase totalidade, não têm conteúdo ideológico. Via de regra há outras organizações por trás dos partidos. Temos 68 deputados maçons, outros tantos espíritas, um grande número de evangélicos, bancada da bola, ruralista, empresarial, financeira, etc. As siglas dos partidos, bem como seus estatutos, nada representam: são como garrafas vazias, cada qual com seu rótulo, como dizia Jânio. O PSC, do Feliciano, é uma agremiação evangélica na qual todos devem pensar como seu líder, do contrário não estariam lá. Há várias tendências ideológicas entre esse público: os cristãos seguidores de Edir Macedo não são iguais aos seguidores do seu desafeto, o pastor Waldemiro. E por aí vai. Governar é preciso, seja lá com apoio de B ou C. Impossível é governar promovendo expurgos ideológicos.
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