domingo, 16 de dezembro de 2012

O MUNDO É DO CORINTHIANS

A maior lição que a vitória do Corinthians sobre o Chelsea por 1 a 0 e consequente conquista do Mundial de Clubes 2012 deixa é a de que  A VONTADE DOS HOMENS PODE PREVALECER SOBRE O PODER DO DINHEIRO.

O Chelsea não passa de um amontoado de estrelas de vários países,  legião estrangeira  que um bilionário russo arrebanhou a peso de ouro.

O Corinthians tem um elenco bem menos valorizado no mercado da bola, mas força coletiva muito superior. Trata-se de um grupo homogêneo de jogadores no mínimo bons, e sem nenhum elemento desagregador.

Conta, ademais, com o melhor técnico brasileiro em termos de liderança e organização tática. No jargão futebolístico, Tite tem o time na mão e sabe exatamente como tirar o máximo proveito de cada peça.

Então, repetindo o que fez com Vanderley Luxemburgo naquele célebre Corinthians 1x3 Grêmio em pleno Pacaembu, decisão da Copa do Brasil de 2001, ele deu um  nó tático  no treinador adversário Rafael Benitez.

A jornada dispersiva do Emerson impediu que a superioridade do conjunto corinthiano se traduzisse em gols já no 1º tempo. E, aproveitando seus inegáveis talentos e alguns vacilos da zaga alvinegra, o Chelsea acabou até levando mais perigo nas finalizações.

Mas, além de tudo, Tite tem estrela. O goleiro no qual ele apostou às vésperas da Libertadores --e que evitou a desclassificação do Corinthians contra o Vasco no Pacaembu-- teve neste domingo atuação simplesmente impressionante. Uma vez na vida sou obrigado a concordar com o Galvão Bueno: "histórica".

E, se no primeiro semestre a aposta de Tite no Romarinho permitiu que o Corinthians saísse sem derrota do temido La Bombonera, agora quem decidiu tudo foi o peruano Guerrero, por ele bancado até mesmo quando não havia certeza de que se recuperasse a tempo de uma contusão.

Foi de lavar a alma.

O Chelsea, que nem de longe mereceu superar o Barcelona na Liga dos Campeões, recebeu o troco na mesma moeda: mais agudo do que o Corinthians, foi vencido por um adversário extremamente determinado e (reconheçamos) afortunado.

Tite mostrou ao Brasil inteiro como, no futebol moderno, se arma um time para diminuir a vantagem do favorito.

O arcaico Felipão atualmente não lhe chega aos pés, tanto que seu retrospecto no Palmeiras, contra as duas equipes um pouco mais próximas da modernidade futebolística (Corinthians e Fluminense), foi péssimo. Chegou a perder até da equipe B alvinegra.

O goleiro Cássio se consagrou, provando que Mano Menezes estava certíssimo em convocá-lo para a Seleção Brasileira, mas ficou lhe devendo uma chance entre os titulares.

Diego Cavalieri é, sim, ligeiramente melhor. Mas, a envergadura do gigante corinthiano talvez fale mais alto. Contra cracaços, ele conseguiu atrapalhar finalizações que poderiam ser fatais, ao crescer diante dos atacantes (sobra bem pouco espaço para enfiarem a bola e eles acabam errando...).

Quanto ao Santos que o Barcelona fez de gato e sapato no ano passado, recebeu também uma lição: quando se disputa o jogo mais importante da carreira, espera-se, no mínimo, personalidade e firmeza. Perder faz parte do jogo, mas entregar-se sem luta é inadmissível. O Neymar só faltou pedir autógrafo ao Messi...

Outro contraste significativo é a mudança que cada técnico efetuou depois da semifinal: enquanto a de Muricy desarrumou a defesa do Santos, a troca de Douglas por Jorge Henrique foi fundamental para o Chelsea não encontrar as avenidas pelas quais desfilara contra o Monterrey.

De resto, o Brasil deve muito ao Corinthians. Depois dos sucessivos vexames em Mundiais de seleções e de clubes, Olimpíadas, etc., o (hoje mais do que nunca!)  Timão  pôs um fim nos vareios europeus.

Precisávamos resgatar nossa moral futebolística, ainda mais ao entrarmos na fase decisiva dos preparativos para a Copa do Mundo. Conseguimos.

Resta cair a ficha para as viúvas da ditadura que comandam a CBF: descartado o melhor técnico com o qual poderíamos contar (Pep Guardiola), sobra Tite como o mais apto a nos proporcionar alguma chance de êxito.

Felipão, por sua vez, significa a certeza da derrota.

4 comentários:

Vitor Buaiz disse...

VC SÓ ESQUECEU DE FALAR DA GARRA, DO ESPÍRITO SOLIDÁRIO E PATRIÓTICO DA TORCIDA BRASILEIRA QUE COMPARECEU EM MASSA NOS DOIS JOGOS DO CORINTHIANS, APÓS UM SACRIFÍCIO FINANCEIRO ENORME, O QUE CERTAMENTE AJUDOU A LEVANTAR A MORAL DO TIME E LEVÁ-LO A ESSA CONQUISTA HISTÓRICA. CREIO QUE NENHUM OUTRO POVO SERIA CAPAZ DE REALIZAR ESTA FAÇANHA.
POR FIM, A EUROPA SUCUMBIU AOS PÉS DA AMÉRICA LATINA QUE, DE LAMBUJA, PERMITIU QUE OUTRO PAÍS LATINOAMERICANO SUBISSE AO PODIUM.
"VAI CURINTIA!" EIS O GRITO DE GUERRA QUE VAI SOAR PARA SEMPRE NAS ARENAS INTERNACIONAIS
ABS
VITOR BUAIZ

celsolungaretti disse...

Sem dúvida, companheiro!

Mas, não teria sido suficiente sem o esquema tático perfeito do Tite, os milagres do Cássio... e o pé travado do Fernando Torres.

Temos de nos compenetrar de que foi uma moeda que caiu em pé, tipo Caso Battisti: fizemos tudo certo e o outro lado ainda nos ajudou cometendo erros crassos.

Se quisermos que a moeda caia em pé de novo na Copa do Mundo de 2014, temos de evitar cometermos nós os erros crassos.

O pior dos quais seria a manutenção do tacanho e superado Felipão como técnico. Aí, nem São Cássio conseguirá salvar a Pátria...

José Geraldo Gouvea disse...

Em alguns momentos do jogo tive a impressão de que Emerson não queria dar a ninguém os gols que não pudesse fazer.

celsolungaretti disse...

Sim, foi o único jogador que não mostrou espírito de equipe. Como naquele passe que ele deixou de dar para o Guerrero no 1º tempo, perdendo a bola infantilmente na sequência do lance.

Pelo menos lutou sempre e deu trabalho para a defesa do Chelsea. Mas, se não fosse tão fominha, poderíamos ter vencido por um placar mais dilatado.

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