...principalmente
os que de alguma forma colaboraram com minha campanha a vereador de São
Paulo, comunico que estou reassumindo a condição de independente.
Acreditei
que meu engajamento no Partido Socialismo e Liberdade pudesse
contribuir para o resgate de algumas posturas dos revolucionários de
minha geração, como a de que só devemos disputar posições e assumir
postos no Legislativo e no Executivo burgueses com a finalidade tática
de acumularmos forças.
Encarando
o capitalismo como o maior obstáculo à felicidade dos seres humanos e a
maior ameaça à sobrevivência da humanidade, avaliei que, se
conquistasse algum naco de poder nas suas entranhas, isto serviria para
amplificar minha voz e dar mais amplitude à minha atuação, no sentido de
aguçar-lhe as contradições e evidenciar seu caráter desumano e
predatório, fazendo avançar a luta por sua extinção.
Também
pretendia impulsionar a união de todas as forças anticapitalistas na
luta contra o inimigo de classe, fundamental neste momento em que somos
minoritários e quase impotentes para influir verdadeiramente nos rumos
políticos da Nação.
Fui
fiel aos meus valores e princípios: lutei. Mesmo sabendo que assumia
uma missão praticamente impossível, tentei de todas as formas abrir um
caminho para mim e para outros.
Até
para não desestimular jovens idealistas, prefiro não esmiuçar os
motivos pelos quais fracassei e hoje considero inalcançáveis tais metas.
Apenas
deixo registrada minha opção pessoal de não continuar no PSOL nem me
filiar a qualquer outro partido empenhado em repetir, corrigindo-a, a
trajetória do PT --ou seja, crendo na hipótese de que seja possível não
se desviar do objetivo revolucionário no meio do caminho.
Conclui
que havia uma única oportunidade histórica para tal via ser bem
sucedida: aquela em que também me empenhei ("Quem não dormiu no
sleeping-bag nem sequer sonhou") e que foi, lamentavelmente,
desperdiçada.
E
que é "nas escolas, nas ruas, campos, construções", na praça que "é do
povo como o céu é do condor", que nossa luta pode atualmente resultar.
Não no seio dos (ou com um pé nos) podres Poderes.
5 comentários:
Caro Celso
Cada vez mais, certos setores do pensamento dito independente se isolam e se acham sempre crescendo, quando fragmentam.Esse é o verdadeiro PSOL, partido dos solitários, porém, eternamentes corretos, segundo conceitos próprios.
Prefiro errar no PT, PCdoB, por mais que me vire o estômago, a acertar cada vez mais sozinho.
De novo a direita ganha.
Saudações
Avelino
Meu caro Avelino,
minha definição política é clara: coloco a revolução contra o capitalismo acima de tudo, como a solução real para os problemas brasileiros e mundiais.
Dos partidos anticapitalistas com um pé no sistema, o PSOL é o mais pujante, então fazia sentido aceitar a oferta que ele me fez.
Mas, dentro do partido, fiz várias constatações que me levaram a concluir que a História não se repete nem pode ser corrigida.
Ou seja, hoje não vejo chance de o PSOL adquirir tanto poder quanto o PT nem, muito menos, de fazê-lo sem se tornar também reformista (ou seja, passando a trabalhar pela recauchutagem do capitalismo e não por sua extinção).
Então, como o velho Marcuse, passo a apostar todas as minhas fichas na contestação que se estruture à margem do sistema, fora dele e contra ele.
Um forte abraço!
Caro Celso
Entendo a sua definição, e tem meu apoio, porém, mas, de forma que etc etc, entre outros, fica-se sozinho e ajudamos a dividir.O PT tem aliados, e tem a base de apoio, e tem o PSOL e o PSTU, só para ficarmos nestes, que estão do outro lado da trincheira.
Constestar sim, mas de preferencia, não sozinho.Não podemos nos dar ao luxo de continuar a perder mais pessoas.
Saudações
Avelino
Fico triste com sua saída Celso. Penso que pessoas como vc deve estar nos partidos políticos e nos movimentos sociais para inspirar a militância jovem dão desanimanda hoje em dia. Além de bastante alienada, e às vezes com um idealismo de momento, a juventude quando se encontra com nossa conjuntura tão difícil acaba desisitindo de prosseguir com a luta, que como vc sabe é longa e dura.
Companheiro,
vou ser muito sincero consigo: minha propensão foi sempre a de lutar fora do sistema, contra o sistema.
Mas, sendo nossas forças e recursos são tão escassos, temos de tentar de tudo. Então, testei essa outra possibilidade, na esperança de conseguir, assim, melhores resultados para minhas lutas.
Não resultou. E, infelizmente, cheguei à conclusão de que me iludi quanto à possibilidade de o PSOL vir a se tornar um PT sem o aburguesamento do PT.
Conclui que nem o PSOL nem nenhuma das siglas atuais de esquerda conseguirá ir tão longe quanto o PT (muito menos mantendo sua integridade).
Então, depois de, sucessivamente, o PMDB, o PSDB e o PT se descaracterizarem no exercício do poder, acredito que seja perda de tempo levarmos de novo a rocha até o topo da montanha, apenas para vê-la despencar mais uma vez.
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