quarta-feira, 2 de maio de 2012

O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA A SANTA GUERREIRA

Não necessariamente correta no seu todo, uma avaliação interessante da posição adotada pela presidente Dilma Rousseff em relação aos juros escorchantes cobrados pelos maiores estelionatários do País está na coluna desta 4ª feira (2) de Fernando Rodrigues, Matar ou morrer.

Várias vezes tenho registrado aqui que os bancos brasileiros estão entre os mais rentáveis do planeta, não por conta da sua eficiência, mas sim por praticarem tarifas e juros estratosféricos.

Independentemente de cálculos políticos, Dilma está enfrentando o que o capitalismo tem de pior: os parasitas que ficam com a parte do leão dos lucros, embora sua atividade seja totalmente perniciosa e inútil.  Perversos  é pouco para os qualificar.

Agricultura, indústria, comércio e serviços, ainda que atuando no regime de exploração do homem pelo homem, ao menos nos disponibilizam alguns itens de que necessitamos. 

Já os vários segmentos do mercado financeiro não fariam falta nenhuma se sumariamente extintos, dentro de uma nova organização econômica, voltada para o atendimento das necessidades humanas e não para o lucro.

Um dia o serão, com certeza! E não vão deixar nenhuma saudade.

Para ler e refletir, eis o artigo do colunista de Brasília da Folha de S. Paulo:


"Dilma Rousseff atacou os bancos no seu discurso do Dia do Trabalho. Elevou a um patamar de beligerância inaudita a disputa entre o Planalto e o setor financeiro.

Uma coisa era defender juros menores. Outra, bem diferente, é dizer em rede nacional de rádio e TV que os bancos seguem uma 'lógica perversa'. Em suma, na hora da novela, Dilma xingou os bancos de perversos. Disse ser 'inadmissível' o nível das taxas cobradas para concessão de empréstimos.

Agora, é matar ou morrer. Alguém terá de ceder. A presidente fez um cálculo político. O publicitário João Santana é um entusiasta da estratégia -com a credencial de ter sido o responsável pelo marketing nas campanhas vitoriosas de Dilma (2010) e de Lula (2006).

A lógica é simples. Todo presidente precisa ter uma ou mais marcas. É assim que penetra nos corações e mentes de seus governados.

A marca de Dilma, até o momento, era arriscada e um pouco irreal: a faxineira da República. Primeiro, faxina não houve de fato. Segundo, nunca nenhum político foi muito longe só com o discurso da ética. FHC fez o Plano Real e estabilizou a economia. Lula manteve o rumo e disseminou o Fome Zero e o Bolsa Família.

Se for bem-sucedida na sua queda de braço com o bancos, Dilma será a presidente que colocou o Brasil no mesmo nível de países capitalistas 'normais': ganha-se dinheiro no setor financeiro, mas para promover o crescimento geral e não só de uma parcela pequena da população que 'vive de renda'.

Chegou-se a um ponto de não retorno. Se os juros caírem para níveis mais compatíveis aos de países desenvolvidos, Dilma será a grande vitoriosa. Sua popularidade vai disparar. Sem fazer juízo de valor se a presidente está certa nem se o método de pressão é o adequado, a prudência recomenda esperar um pouco antes de proclamar quem sairá rindo por último nessa história".

2 comentários:

Anônimo disse...

essa marola do governo não tira um minuto de sono de banqueiros e asseclas..

Anônimo disse...

Hahaha ... marola! Não saber admitir alguma medida acertada, mesmo que de um campo político oposto ao nosso, é mesquinhez política. Valeu, Celso: o que tá certo tem que ser elogiado, o que não está pode-se criticar.

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