Como faz falta uma esquerda à moda antiga, que não tenha medo medo de dizer em alto e bom som que o problema fundamental nas nações capitalistas é exatamente o fato de serem capitalistas!
No Brasil, a esquerda que perdeu a vontade de fazer a revolução, preferindo disputar nacos de poder sob o capitalismo, embarca grotescamente no denuncismo contra a corrupção, pautado pelo inimigo e insuflado ad nauseam pela indústria cultural do inimigo.
Com isto, o debate político permanece há anos estagnado e não se oferece aos trabalhadores uma PERSPECTIVA REVOLUCIONÁRIA.
Bem dizia o Paulo Francis, nos seus melhores dias: o combate à corrupção é bandeira da direita.
A corrupção é inerente ao sistema que coloca a ganância e a busca da diferenciação acima de todos os outros valores, inclusive a família e a vida; haverá sempre algum político querendo levar vantagem por meios escusos e sua momentânea colocação na berlinda será sempre conveniente para quem está empenhado em evitar que os explorados reflitam sobre os caminhos concretos para darem um fim à exploração.
Entra CPI, sai CPI e nada verdadeiramente muda, ninguém é verdadeiramente punido, só cumpre um período de ostracismo e depois volta à tona, belo e lampeiro. Os acusados de uma podem até se tornar os juízes de outra, como Fernando Collor.
No Brasil, a esquerda que perdeu a vontade de fazer a revolução, preferindo disputar nacos de poder sob o capitalismo, embarca grotescamente no denuncismo contra a corrupção, pautado pelo inimigo e insuflado ad nauseam pela indústria cultural do inimigo.
Com isto, o debate político permanece há anos estagnado e não se oferece aos trabalhadores uma PERSPECTIVA REVOLUCIONÁRIA.
Bem dizia o Paulo Francis, nos seus melhores dias: o combate à corrupção é bandeira da direita.
A corrupção é inerente ao sistema que coloca a ganância e a busca da diferenciação acima de todos os outros valores, inclusive a família e a vida; haverá sempre algum político querendo levar vantagem por meios escusos e sua momentânea colocação na berlinda será sempre conveniente para quem está empenhado em evitar que os explorados reflitam sobre os caminhos concretos para darem um fim à exploração.
Entra CPI, sai CPI e nada verdadeiramente muda, ninguém é verdadeiramente punido, só cumpre um período de ostracismo e depois volta à tona, belo e lampeiro. Os acusados de uma podem até se tornar os juízes de outra, como Fernando Collor.
Caberia à esquerda brasileira dizer aos explorados: "Isto é só poeira colorida que o sistema joga nos seus olhos, para que sintam-se vingados vendo um poderoso cair no opróbrio! Vocês precisam é de que os frutos do seu trabalho não lhes sejam usurpados, não de catarse barata!".
Assim como caberia à esquerda européia (começando pela da França, onde a xenofobia virou grande tema eleitoral...) dizer aos explorados de lá: "Não são os imigrantes que desgraçam sua vida ao disputarem postos de trabalho consigo mas sim o capitalismo, ao forçar os trabalhadores a uma competição zoológica por bens que poderiam sobrar para todos, se a produção fosse voltada para o atendimento das necessidades humanas e o que se produz fosse distribuído equitativamente entre todos os seres humanos".
Mas, não o fazem. Então, entregues à FALSA CONSCIÊNCIA que o sistema tudo faz para neles incutir, os explorados daqui esbravejam contra todos os políticos e descreem na atividade política como caminho para forjarem uma sociedade mais justa, enquanto os explorados de lá hostilizam irmãos ao invés de buscarem seu apoio na luta contra o verdadeiro vilão, o capitalismo.
Até que a esquerda volte a ser revolucionária, continuaremos patinando sem sair do lugar.
Assim como caberia à esquerda européia (começando pela da França, onde a xenofobia virou grande tema eleitoral...) dizer aos explorados de lá: "Não são os imigrantes que desgraçam sua vida ao disputarem postos de trabalho consigo mas sim o capitalismo, ao forçar os trabalhadores a uma competição zoológica por bens que poderiam sobrar para todos, se a produção fosse voltada para o atendimento das necessidades humanas e o que se produz fosse distribuído equitativamente entre todos os seres humanos".
Mas, não o fazem. Então, entregues à FALSA CONSCIÊNCIA que o sistema tudo faz para neles incutir, os explorados daqui esbravejam contra todos os políticos e descreem na atividade política como caminho para forjarem uma sociedade mais justa, enquanto os explorados de lá hostilizam irmãos ao invés de buscarem seu apoio na luta contra o verdadeiro vilão, o capitalismo.
Até que a esquerda volte a ser revolucionária, continuaremos patinando sem sair do lugar.
4 comentários:
Então, Lunga (desculpe a inusitada intimidade, mas já te vejo quase como se fosse um amigo da antiga): como é que se pode querer chegar ao poder pela via institucional, ou seja, como é que ainda cavam espaço para 'partidos de esquerda' se a coisa é mais complexa e não poderia ser mudada por essa via? Creio que ao chegar ao governo, qualquer partido se defrontará com as mesmas exatas contradições de sempre - por mais bem-intencionados que possam ser e mais radicais que sejam os seus programas. Por outro lado, como mudar o jogo se a população não parece estar nem aí, ou parece não ter a base ideológica para aceitar a mudança e dela ser parte ativa? E em última instância, como - em um sistema igualitário - obrigar ou conseguir de modo espontâneo a participação equitativa de todos? São questões intrincadas, penso eu. Há um certo imediatismo que pretende arrastar as pessoas em projetos políticos, sem que o trabalho de base tenha sido realizado primeiro. Qualquer revolução teria que passar primeiro por uma grande revolução mental e educacional, ou acabaria caindo nos problemas das que já foram tentadas até hoje (coações, retrocessos, privilégios, mudança de objetivos). A China hoje é semicapitalista, a Rússia também. Até Cuba, hoje, funciona como um sistema misto: existem atividades exploradas por particulares, ainda que de pequeno porte, e a pressão para incluir a população da ilha no mercado mundializado é enorme, até mesmo internamente. Vejo as esquerdas aqui e no mundo usando o discurso da direita, às vezes literal, às vezes camuflado, mas sem tocar nos pontos que você fala ou nos que eu menciono acima. Eu concordo com muito do que você diz acima.
O povo nunca esteve nem aí para revoluções em épocas normais. A soviética foi propiciada pela 1ª Guerra Mundial, a chinesa pela 2ª, a cubana pela extrema desmoralização do governo de Fulgencio Batista.
Acontece que as contradições insolúveis do capitalismo estão desembocando em nova crise econômica terrível, muito semelhante ao crack de 1929 e consequente depressao da década de 1930.
E as alterações climáticas vão, sim, trazer grandes transtornos e ameaças.
Aí se poderá abrir nova "janela" revolucionária. Temos de acreditar nisto, ou não estaremos preparados quando a chance se apresentar.
Tive uma amostra dos sistemas comunitários nas comunidades alternativas que existiram por aqui. Funcionavam perfeitamente. Quando você tem outros fundamentos, fica natural colaborar com os outros, para o bem comum.
Quantos aos partidos, são úteis para acumulação de forças, mas a ruptura revolucionária continua necessária. Tem de acontecer em algum ponto do caminho.
O problema do PT é que transformou a Presidência em objetivo estratégico. Deveria ser encarada meramente como objetivo tático.
E como encaro a atividade política que pretendo desenvolver. Jamais será minha reta de chegada, apenas um elo da corrente.
Abs.
Um mandato por um partido formal como caminho para mobilizar ou para obter a visibilidade e apoio para propor mudanças mais profundas? Pode até ser ... mas acho essa via viciada e, como você disse, sem conjugação de outros fatos determinantes não haverá mudança radical. Em todos os partidos e correntes políticas há muita gente cujo único objetivo é chegar ao poder, o PT levou quase 30 anos para chegar ao poder central. Se levar 15 para construir algo melhor, acho que tá de bom tamanho. Vamos ver.
Abraço
As revoluções ocorrerão, daqui por diante, de forma estrutural. Como disse o Fala Sério, eu com certeza, acredito que somente com trabalho de base se fará uma revolução consistente, não contra o capitalismo, mas para que dele a imensa maioria da população tomem parte. O comunismo é e sempre será uma ilusão (não utopia, quero deixar claro) tendo em vista o individualismo do ser humano, caso contrário não haveria as diversas correntes na tentativa de resistência ao Golpe de 64.
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