A indústria cultural se tornou exatamente o que, há mais de meio século, os pensadores da Escola de Frankfurt alertaram que se tornaria: uma gigantesca máquina de desinformação e mesmerização dos seres humanos, no sentido de tangê-los ao conformismo e evitar que questionem a organização da sociedade nos moldes capitalistas. Não existe sequer espaço para as utopias na mente dos videotas, pois ele está totalmente preenchido pelas banalidades que a mídia martela dia e noite.
A internet até permite que um cidadão consciente acesse notícias com verdadeira relevância, mas a grande imprensa pinça, para destacar, quase sempre as que realmente não importam nem levam a lugar nenhum (parafraseando um verso do saudoso Raulzito). E são estas que fazem a cabeça da maioria bovinizada.
Vide, p. ex., este despacho de agora há pouco da Agência France Press, que certamente será pouquíssimo aproveitado no noticiário da grande imprensa, pois a compaixão e a solidariedade não convêm ao sistema:
A internet até permite que um cidadão consciente acesse notícias com verdadeira relevância, mas a grande imprensa pinça, para destacar, quase sempre as que realmente não importam nem levam a lugar nenhum (parafraseando um verso do saudoso Raulzito). E são estas que fazem a cabeça da maioria bovinizada.
Vide, p. ex., este despacho de agora há pouco da Agência France Press, que certamente será pouquíssimo aproveitado no noticiário da grande imprensa, pois a compaixão e a solidariedade não convêm ao sistema:
"As medidas de austeridade aplicadas pelo governo português ameaçam os direitos humanos e afetaram de maneira 'desproporcional' os jovens, as pessoas idosas e os ciganos, considerou o comissário europeu de Direitos Humanos após uma visita a Portugal.
'A austeridade orçamentária afetou de maneira desproporcional os direitos dos grupos mais vulneráveis, em particular os jovens, as pessoas idosas e os ciganos', concluiu Nils Muiznieks em um comunicado após uma visita de três dias a Portugal.
'O que é essencial é colocar os direitos humanos no centro da estratégia econômica, sobretudo em um contexto de austeridade, para não esquecer dos mais vulneráveis', disse o comissário à AFP.
'É preciso mudar a política se vemos que seu efeito nos grupos mais fracos é desproporcional', acrescentou.
Enfraquecido pela crise da dívida, Portugal obteve em maio de 2011 uma ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional de € 78 bilhões (cerca de US$ 101 bilhões).
Em troca, deve aplicar uma política rigorosa, o que provocou um aumento da taxa de desemprego, que supera atualmente 15% da população economicamente ativa.
'Incentivei o governo português a tomar medidas para evitar o reaparecimento da exploração infantil', citou o comissário, que também se preocupou com o destino de entre 40 mil e 60 mil ciganos que vivem em Portugal e que são, muitas vezes, discriminados".
Assim caminha a desumanidade.
E, como nos tempos nefandos da ditadura militar, trago sempre comigo e tento sempre fazer ecoar a indignação dos justos, "um grito que cresce/ cada vez mais na garganta,/ cravando seu travo triste/ na verdade do meu canto" (Thiago de Mello).
Vivo para o dia em que o cidadão comum afinal compreenderá a verdade tão bem enunciada por Glauber Rocha em Terra em Transe, pela boca do poeta Paulo Martins (Jardel Filho):
E, como nos tempos nefandos da ditadura militar, trago sempre comigo e tento sempre fazer ecoar a indignação dos justos, "um grito que cresce/ cada vez mais na garganta,/ cravando seu travo triste/ na verdade do meu canto" (Thiago de Mello).
Vivo para o dia em que o cidadão comum afinal compreenderá a verdade tão bem enunciada por Glauber Rocha em Terra em Transe, pela boca do poeta Paulo Martins (Jardel Filho):
"Não é mais possível esta festa de medalhas, este feliz aparato de glórias, esta esperança dourada nos planaltos. Não é mais possível esta festa de bandeiras com guerra e Cristo na mesma posição! Assim não é possível, a impotência da fé, a ingenuidade da fé.
Somos infinita, eternamente filhos das trevas, da inquisição e da conversão! E somos infinita e eternamente filhos do medo, da sangria no corpo do nosso irmão!
E não assumimos a nossa violência, não assumimos as nossas idéias, como o ódio dos bárbaros adormecidos que somos. Não assumimos o nosso passado, tolo, raquítico passado, de preguiças e de preces. Uma paisagem, um som sobre almas indolentes. Essas indolentes raças da servidão a Deus e aos senhores. Uma passiva fraqueza típica dos indolentes.
Não é possível acreditar que tudo isso seja verdade! Até quando suportaremos? Até quando, além da fé e da esperança, suportaremos? Até quando, além da paciência, do amor, suportaremos? Até quando além da inconsciência do medo, além da nossa infância e da nossa adolescência suportaremos?"
ATÉ QUANDO?!
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