segunda-feira, 5 de março de 2012

"CRENÇAS RELIGIOSAS NÃO PODEM INTERFERIR NA POLÍTICA BRASILEIRA"


"...o CFP [Conselho Federal de Psicologia], por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.

Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.

Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico a homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.

Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.

...A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.

Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira..."

(Carla Biancha Angelucci e Humberto Verona, presidentes respectivos do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo e do Conselho Federal de Psicologia)

ARTIGO QUE ESCREVI SOBRE O MESMO ASSUNTO (clique p/ abrir):

2 comentários:

Anônimo disse...

Nada contra os homossexuais.Sou pela diversidade. Mas, é perigoso fazer alusão a psicólogos e ao CFP para justificar argumentos contrários a homofobia. Se soubessem o papel infame que esses psicólogos se prestam ao esquadrinharem (com uma suposta cientificidade, que é uma farsa!) perfis psicológicos de candidatos que se amoldam ao gosto do empregador (inclusive no serviço público), jamais fariam alusão a eles como argumento de autoridade. É dar um tiro no próprio pé!

celsolungaretti disse...

No caso particular, os psicólogos estão certíssimos.

Inclusive, tiveram a coragem de protestar contra a deletéria intromissão dos evangélicos na política.

É uma pena que o PT veja a coisa do ângulo de quantos votos eles dominam no Congresso, não dos princípios. São nefastos e nefandos.

Se nos pusermos a trazer para cada assunto outras discussões, nunca chegaremos a lugar nenhum. Fiquemos no assunto em pauta: os psicólogos são nossos aliados na luta contra mais um retrocesso.

Isto é o que conta, neste instante.

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