O ditador sírio Bashar al-Assad acaba de promulgar lei que institui a pena de morte para quem armar os cidadãos que resistem à sua bestial tirania.
Para os que apenas trouxerem as armas para o país, deixando a entrega por conta de outros, a pena será de prisão perpétua com trabalhos forçados.
Deve ter-se inspirado na ditadura militar brasileira, que em setembro de 1969 decretou a Lei de Segurança Nacional, facultando a condenação ao exílio e à pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva".
E, mesmo assim, não ousou colocá-la em prática: após sentenciar Teodomiro Romeiro dos Santos à pena capital --por, mesmo algemado, balear mortalmente um sargento da Aeronáutica ao tentar a fuga quando era levado preso--, acabou recuando e convertendo a sentença em prisão perpétua.
Duvido que o açougueiro de Damasco refugue --até porque não parece incomodar-se com a péssima repercussão externa de seus atos bárbaros. Os militares brasileiros, fiéis a seus amos, cuidavam de não atrapalhar a continuidade dos investimentos estrangeiros no Brasil.
Num ponto, entretanto, os dois regimes são idênticos: nas chacinas perpetradas à margem de qualquer lei.
Ao executar os manifestantes de hoje, a repressão síria exibe a mesmíssima sanha com que a repressão brasileira dizimava resistentes nos estertores da luta armada. A História, desta vez, se repete como farsa macabra.
Há pessoas de esquerda capazes de encarar tal abominação como mal menor.
Esquecem que nosso papel é o de promover o bem maior da humanidade, não prover racionália tortuosa em benefício de carrascos dos seus próprios povos.
5 comentários:
Com a Privataria Tucana você não se espanta? Não vi nenhum comentário teu sobre o livro...
No PIG também. Nadica de nada,
fog
Por que haveria? O que mais devemos esperar de governos? Honestidade na gestão dos recursos públicos? Você acredita em Papai Noel?
A fascistagem tucana na USP, sim, nós podemos deter. Está aí uma bandeira realmente importante, uma luta que todos os homens de esquerda deveriam estar travando. Mas, a maioria se omite vergonhosamente.
Quanto às privatizações, vão render discurseira, muita espuma, trunfos propagandísticos para as eleições do ano que vem e... punição nenhuma. Acabará tudo em pizza, como sempre.
Estou um pouco velho para perder tempo com encenações. Entro em lutas quando é importante vencermos e existem chances concretas de vencermos. Só para assinar o ponto, não, obrigado. Não preciso provar mais nada para ninguém.
Nessa, eu cocncordo com Celso. Entrar nessa da privataria é só pra quem busca dividendos eleitoreiros.
Chinchonero
Texto ridículo! Depois do apoio de alguns que se dizem de esquerda a OTAN/EUA na Líbia - do silêncio sobre o assassinato público de Khadaf, cabe mesmo a frase 'Estou um pouco velho para perder tempo com encenações'
É mesmo? Seu apoio - não mais velado - a OTAN e seus assassinos, genocidas, deveria - ao menos, envergonha-lo. Mas como vergonha parece ser privilégio dos mais novos...
Jerônimo,
marxistas não têm nada a ver com o maniqueísmo.
Gaddafi era um déspota bestial e o que fizeram com ele, ele mandara fazer com milhares.
A Otan foi lá para impedir um massacre e excedeu claramente o mandato que a ONU lhe conferiu.
Eram ambos vilãos. Não havia mocinho nenhum nessa história e ninguém que merecesse ser defendido por marxistas.
Vamos parar de apoiar déspotas repulsivos --o da Síria é pior ainda--, caso contrário o povo nunca mais acreditará em nós novamente.
Saímos da ditadura com muito prestígio aos olhos dos cidadãos comuns e dilapidamos todo esse capital político ao associarmos nossa imagem à desses autocratas bestiais.
Pior: não passam de tiranias pessoais ou familiares, que usam retórica engana-trouxa antiimperialista para esconder sua única verdadeira motivação: a perpetuação de seus privilégios.
Se quer ler propaganda enganosa, a web tem de monte. Aqui é para quem é capaz de pensar por si próprio, ao invés de seguir o rebanho.
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