terça-feira, 19 de julho de 2011

RENOVAR É PRECISO, VENCER COPINHA NÃO É PRECISO

Não é de hoje que o Paraguai monta seleções com defesas fechadíssimas e ataques de riso.

Na Copa do Mundo da França,  em 1998, sua campanha foi bem parecida com a de 2011 na Copa América.

Na 1ª fase, empatou em 0x0 com a sempre fraca Bulgária, em 0x0 com a então incipiente Espanha e só obteve a vaga porque a Nigéria, já campeã do grupo, jogou de  forma desinteressada, deixando-se vencer por 3x1.

Veio a partida de oitavas de final contra os anfitriões e a França de Zidane martelou o ferrolho paraguaio na partida e na prorrogação inteiras, exatamente como o Brasil neste domingo.

As possibilidades reais de o Paraguai ficar com a vaga se resumiam a duas:
  • segurar tudo na defesa e o folclórico goleiro Chilavert marcar um gol em cobrança de falta;
  • segurar tudo na defesa durante 120 minutos e vencer a disputa em pênaltis graças ao mesmo Chilavert.
A primeira hipótese não vingou, mas a segunda esteve bem próxima de se concretizar: foi só depois de o Paraguai ter um jogador expulso que a França, aos 113 minutos, fez o gol salvador.

Se aguentassem mais sete minutos, os guaranis provavelmente teriam colhido 13 anos mais cedo o fruto de sua covardia tática, pois o grandalhão Chilavert era bem intimidante para quem ia cobrar penalidades máximas.

Só que os franceses, decerto, não seriam tão obtusos a ponto de crucificarem sua Seleção, caso o azar e o antijogo a tivessem desclassificado.

Já os brasileiros arriscam-se a  queimar  as maiores revelações recentes e praticamente as únicas esperanças de   arrebentarmos  na próxima Copa do Mundo por mero infantilismo. Adultos assimilam com serenidade os percalços da vida.

No esporte, nem sempre o objetivo é conquistado. Mas, perder a vaga (não a partida) no critério de desempate, depois de fazer o suficiente para golear o rival por uns 4x0, é bem diferente de ser merecidamente derrotado por 1x2.

A Seleção de Dunga foi um fim de linha: não ganhou, nem encantou e nada plantou para o futuro, obrigando o sucessor a recomeçar praticamente do zero.

A Seleção de Mano está sendo uma aposta nos novos valores que poderão, talvez, salvar o Brasil do fiasco anunciado. Pois, a geração campeã de 2002 já saiu de cena e, dos perdedores de 2006 e 2010, pouco há para se aproveitar.

Ou Neymar se torna mesmo o Messi brasileiro; Ganso vira nosso Cruyff; o Pato se confirma e outros novatos se afirmam (o Lucas do São Paulo, o William do Corinthians, o Danilo do Santos, etc.).

Ou não será surpresa se empacarmos outra vez nas quartas de final.

Mas, se logo no início do trabalho derrubarmos o técnico que está tocando a renovação, o que acontecerá? O próximo vai ser bem mais cauteloso, preferindo apostar em jogadores  rodados  que lhe garantam, de imediato, resultados na medida para preservar seu emprego.

Trata-se de uma receita certa de frustração no Mundial de 2014, que é nosso verdadeiro objetivo.

Copa América, Copa das Confederações e que tais sempre nos foram indiferentes. Por que tantas cornetas soando desta vez?

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