É difícil imaginar-se um brasileiro a zurrar as mesmas asneiras dos infantilizados estadunidenses, apoiando o ato de pirataria internacional que culminou na execução de um inimigo que havia pendurado as chuteiras e já não oferecia perigo real nenhum -- ou seja, uma reles e sanguinária vingança, estendida a quem estivesse por perto.
A justiça aplicada no caso de Osama Bin Laden foi uma só: a lei do mais forte. Os EUA torturaram um prisioneiro, mandaram às urtigas a soberania de uma nação menor, executaram pessoas desarmadas, dispararam a torto e a direito num ambiente repleto de mulheres e crianças, sequestraram os restos mortais de duas de suas vítimas e lhes deram sumiço.
Independentemente dos desatinos de Bin Laden -- suas ações, numa avaliação desapaixonada, só beneficiaram o inimigo, dando pretexto à escalada reacionária internacional que nos impôs um enorme retrocesso em termos de Justiça, direitos humanos e direitos civis --, nem um cão deveria ser sacrificado de tal maneira.
A bárbara demonstração de força estadunidense é simplesmente indefensável aos olhos de qualquer pessoa civilizada.
O que, claro, não inclui José Sarney, um leopardo que não perdeu as pintas: continua aplaudindo e coonestando as atrocidades dos poderosos, exatamente como fazia durante a ditadura militar.
Seu artigo desta 6ª feira (6), O diabo Bin, é simplesmente repulsivo.
Se já havia oferecido motivos de sobra para o afastarem da presidência do Senado e lhe cassarem o mandato de parlamentar por um Estado que nunca foi seu verdadeiro domicílio, agora ele faz por merecer também a exclusão da Academia Brasileira de Letras, por haver se alinhado publicamente com a desumanidade.
Se já havia oferecido motivos de sobra para o afastarem da presidência do Senado e lhe cassarem o mandato de parlamentar por um Estado que nunca foi seu verdadeiro domicílio, agora ele faz por merecer também a exclusão da Academia Brasileira de Letras, por haver se alinhado publicamente com a desumanidade.
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