domingo, 22 de maio de 2011

AVISA AS "OTORIDADE" QUE A DITADURA ACABOU!

O autoritarismo continua entranhado na sociedade brasileira.

O Ministério Público Estadual acionou a Justiça paulista para que fosse proibida uma manifestação de defensores da legalização da maconha.

Ora, é questionável que a canabis seja nociva; e indiscutível que não é mais nociva do que algumas drogas consentidas.

Então, numa democracia os cidadãos têm, sim, o direito de tentarem colocar um assunto desses em discussão.

Os promotores alegaram que a manifestação incitaria ao crime.

Mas, nunca deixará de ser crime se os que têm opinião contrária não a puderem expressar.

Não se trata de pregar o genocídio, a tortura, a pedofilia.

Ou de negar a existência do Holocausto.

Nem mesmo se está chamando uma ditadura bestial de ditabranda.

Em nome do espírito de justiça (do qual, segundo Platão, somos todos dotados), bem como da democracia pela qual eu e muitos companheiros derramamos nosso sangue, ouso dizer aos srs. promotores que eles foram profundamente infelizes e estão totalmente errados.

Pedir a legalização de algo jamais poderá ser igualado, de forma tão mecânica, a estar induzindo ao uso de algo. Trata-se de uma visão preconceituosa, policialesca e imobilista que não faz jus às tradições do MPE.

A comédia de erros prosseguiu com um desembargador proibindo a manifestação, apesar do pleito ter vindo com argumentação tão tosca.

Aí os organizadores, justificadamente, convocaram outro ato público -- este em nome da liberdade de expressão, que foi mesmo duramente atingida.

E a polícia, agindo de forma tão arbitrária quanto na ditadura militar, decidiu que valia também para a nova manifestação a equivocadíssima proibição que pesava sobre a anterior: reprimiu-a com balas de borracha e gás lacrimogêneo.

Foi um episódio grotesco, chocante, vergonhoso e inaceitável.

Que merece meu mais veemente repúdio.

4 comentários:

Jorge Bichuetti - Utopia Ativa disse...

Caro Celso, já anteriormente em Bh e João Pessoa, houve repressão com cavalaria e todo o aparato redimido; publiquei no meu blog uma postagem com a opinião de médicos, psicanalista e do governador Tarso Genro...
O tema precisa ser debatido, onde o uso ocorre com tranquilidade , como Uruguaye Argentino; a problemática clínica não se agravou, como alegam os falsos moralistas; segundo, me parece que ou lutamos pela Comissão da Verdade ou fantasma da ditadura voltará sempre que convenientes as elites.
Abraços com carinho e respeito pelo seu trabalho, Jorge Bichuetti
www.jorgebichuetti.blogspot.com

Anônimo disse...

Gostaria que vossa excelência entendesse uma coisa. Não queira comparar a mentalidade do povo brasileiro com a mentalidade do povo da Suiça!
No brasil a legalização da maconha não seria um avanço mais sim um retrocesso, deve-se primeiro tratar das escolas, da fome, dos impostos, e em uns 50 ou 60 anos pedir assim não o condeno, mas devemos olhar todos para o que é mais importante no momento... Acabar com a fome, ou legalizar a Maconha???

J.Eduardo R. de C disse...

A atitude dos promotores não surpreende, pois todo mundo sabe, ou deveria saber, que o MP de São Paulo é ninho tucano. O que não deixa de ser irônico, já que seu chefe, Fernando Henrique, é favorável à descriminalização da cannabis. Resumindo, além de autoritário, o MP paulista tem memória curta!

Anônimo disse...

Azuir Disse:

Poesia de Homenagem ao Povo Brasileiro que em 4 de abril de 1968, após a missa de sétimo dia da morte do Estudante Paraense Edson Luis Lima Souto, de 16 anos, já na saída no largo da Candelária, se percebeu no silêncio do momento de sentimento, o tropel da cavalaria vindo pela Avenida Presidente Vargas, e todos imediatamente abandonaram o largo e as ruas próximas e correram em busca de abrigo, um grupo se refugiou do lado de fora das portas já fechadas da Igreja da Candelária onde há um patamar para acesso com carro. Quem não fugiu foi para ali e a cavalaria chegou no largo livre, e cercou aqueles que sobraram nas portas da Igreja que foram comprimidos com os cavalos ate que ficou direto, o corpo a corpo dos cavalos e as pessoas que gritava, e eram golpeadas pelos soldados com batidas com as espadas. Foi em 04-04-1968 pra gente na tristeza mais com orgulho do nosso povo lembrar.


NA CANDELÁRIA A CAVALARIA
04-04-1968

Na Candelária a cavalaria, a toda gente atropelar.
Uma infame tropelia, pra o povo esmagado recuar.
A tamanha iniqüidade, da Ditadura do Capitalismo.
Governo sem legitimidade, inimigo do Cristianismo.

Na Candelária a cavalaria, qualquer modo dispensar.
A Juventude com ousadia, foi a Ditadura enfrentar.
O Heroísmo do nosso povo, é pra lembrar sempre.
Boa Nova e Sonho novo, o resistir da nossa gente.

Na Candelária a cavalaria, a manifestação sufocar.
O povo era maioria, não podia os cavalos pisotear.
Dum Governo dominado, do Capital Internacional.
Fazia pro que foi implantado, na repressão mortal.

Na Candelária a cavalaria, pra chegar e pra abafar.
Não cederam a gritaria, fizeram cavalos a avançar.
O povo heróico resistiu, e golpes de espada levou.
Toda a Máscara ruiu, o Mundo e a Nação condenou.

Na Candelária a cavalaria, era para nada tolerar.
Fazer o povo de pradaria, a galope em cima passar.
Os filhos de Tiradentes, de Cunhambebe e Zumbi.
Ante os golpes inclementes, não fizeram transigir.

Na Candelária a cavalaria, e nada deixaram ficar.
Em monstruosa analogia, de cavalos no massacrar.
Sem sentir o coração, e sem nenhum sentimento.
Uma brutal repressão, qualquer hora e todo tempo.

Na Candelária a cavalaria, o sol com peneira tapar.
Degenerescência e anomalia, passando e a esmagar.
Houve terror e houve medo, houve martírio e pranto.
Uniu o sofrido povo negro, com o seu irmão branco.

Na Candelária a cavalaria, se possível esbagaçar.
Um ato de toda selvageria, a animalidade a vingar.
Esta registrado na História, povo heróico imortal.
Bem vivo na nossa memória, foi uma luta nacional.

Azuir Filho e Turmas: Do Social da Unicamp e, de Amigos, de: Rocha Miranda, Rio, RJ e, de Mosqueiro, Belém, PA.

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