UMAS LANÇAM EDIÇÕES EXTRAS, OUTROS DESTILAM VENENO

O vetusto jornal O Estado de S. Paulo destoou dos veículos da imprensa que recorreram às piores manipulações e baixarias para tentarem evitar a vitória de Dilma Rousseff, mas, ao perceberem que o estupro era inevitável,  relaxaram.

Não chegarei ao ponto de dizer que gozaram. Mas, usando o limão para fazer limonada, correram oportunisticamente atrás de leitores empolgados com a vitória de Dilma, mimando-os até com edições extras...

O Estadão, não. Depois de declarar seu apoio a José Serra em editorial (O mal a evitar, 26/09), assume explicitamente a postura de mau perdedor noutro editorial, o desta 3ª feira (A eleição de Dilma Rousseff).

Vejam a profusão de farpas com que o jornal exerce o seu inócuo  jus sperniandi:

"Sem o presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff nem candidata teria sido. Com ele, acaba de entrar para a história como (...) a segunda pessoa a chegar à Presidência sem nunca antes ter disputado uma eleição.

"[Lula pinçou] uma figura de quem a grande maioria do eleitorado não tinha ouvido falar. O que o obrigou a levá-la consigo para cima e para baixo, afrontando a lei, antes do início da campanha.

"...políticos e comentaristas se perguntavam se a popularidade única do presidente bastaria para eleger 'um poste', na expressão clássica que parecia feita sob medida para Dilma. Jejuna em disputas eleitorais, com empatia zero e imagem de tecnocrata de fala pedregosa, incapaz de expor uma ideia sem a muleta do PowerPoint, Dilma era a carga que, em circunstâncias normais, nem o mais desesperado dos marqueteiros aceitaria transportar de bom grado.

"Embora esta tenha sido a vitória mais apertada de um candidato ao Planalto desde 1989...

"É óbvio que não se pode prever qual será o grau de dependência da criatura em relação ao criador quando ela ocupar a cadeira..."

E por aí segue o editorial, mais venenoso do que qualquer serpentário.

Só espero que, desta vez, resmungue à vontade mas engula democraticamente sapos e postes, sem conspirar contra o veredicto das urnas, como fez durante o Governo João Goulart...