quinta-feira, 11 de novembro de 2010

BARBARELLA JÁ ERA


Jane Fonda é uma atriz que marcou minha mocidade. Eu a devo ter visto pela primeira vez em La Ronde (d. Roger Vadim, 1964) ou Dívida de Sangue (d. Elliot Silverstein, 1965) -- naquele tempo os filmes demoravam a chegar no Brasil, então não sei qual passou antes.

Mas, foi em Caçada Humana (d. Arthur Penn, 1966) que realmente a notei. Pudera: tratou-se de uma das culminâncias dos '60, com roteiro da grande Lilian Hellman. Um filmaço, expondo as raízes da violência na sociedade estadunidense, com alusão óbvia, no final, aos assassinatos políticos que vinham acontecendo por lá.

Foi um barato seu strip-tease espacial em Barbarella (d. Roger Vadim, 1968), flutuando numa câmara antigravidade.

E a considerei um arraso em A Noite dos Desesperados (d. Sidney Pollack, 1969), o melhor papel dramático de sua carreira, que registra também títulos como Klute - o Passado Condena, Júlia, Amargo Regresso e A Síndrome da China.

Paulo Francis escreveu certa vez que ela era uma mocinha sapeca: teria ido esperar nua o ator Anthony Perkins no trailler dele, ignorando que o dito cujo não jogava nesse time.

Enfim, foi chocante para mim ler esta desnecessária notícia, que não por que, cargas d'água, fizeram questão de espalhar pelo mundo, quando poderia muito bem ficar restrita ao círculo íntimo:
"Representantes de Jane Fonda, 72, anunciaram nesta quinta-feira que a atriz passou por um procedimento para retirar um câncer no seio em estágio inicial".
Isto, mais os detalhes deprimentes e a foto da velhusca da qual me lembrava como mulher bela e às vezes sensual, causou-me a mesma sensação que deve ter inspirado Tom Zé a compor sua sarcástica "Brigitte Bardot"...

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