Está confirmada a veracidade do que noticiei no último mês de agosto, a respeito do Irã: opositores de Ahmadinejad foram torturados e estuprados na prisão.
Fiando-me num serviço noticioso que considero confiável, o da BBC, dei crédito à notícia de que os manifestantes da oposição detidos durante protestos contra eventual fraude eleitoral não só haviam sido agredidos, como tinham sofrido (as mulheres e também os homens) abusos sexuais no centro de detenção de Kahrizak, localizado ao sul de Teerã.
Como o governo de Mahmoud Ahmadinejad é satanizado pela mídia favorável à Israel e defendido em demasia por alguns setores da esquerda, um posicionamento crítico a respeito do Irã pode sempre ser mal interpretado.
Mas, levo muito a sério a missão que assumi e anuncio no próprio cabeçalho dos meus dois blogues: defender, em pé de igualdade, os ideais revolucionários e os direitos humanos.
Então, diante de denúncias consistentes de violações dos DH, nunca as relevo por colocarem na berlinda governos que, em outras esferas de sua atuação, tenham políticas elogiáveis ou elogiadas pela esquerda. Sigo o velho chavão de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Se respeitadas personalidades iranianas faziam acusações verossímeis e funcionários eram punidos pelo próprio chefe da polícia (ordenou a detenção do diretor da prisão e de três carcereiros), isto era suficiente para eu chegar a uma conclusão. Dois e dois somavam quatro.
E, a partir daí, omissão seria cumplicidade.
A confirmação veio neste sábado (19), quando, novamente segundo a BBC, as "autoridades iranianas admitiram (...), pela primeira vez, que três manifestantes de oposição presos depois dos protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em junho, foram espancados até a morte".
O comunicado do Tribunal das Forças Armadas do Irã é taxativo:
"O médico legista rejeitou a versão de que a causa da morte dessas pessoas foi meningite e afirmou que havia hematomas nos corpos provocados por espancamento e que a causa da morte foi uma série de espancamentos".De resto, o Irã não sai com a imagem tão arranhada do episódio, já que, depois da porta arrombada, tomou as providências cabíveis: fechou a prisão e indiciou, pela morte dos manifestantes, 12 de seus ex-funcionários, três dos quais responderão por homicídio.
Então, acabou vindo ao encontro da recomendação que fiz em agosto:
"O Irã só se livrará do estigma de país no qual se torturam e estupram prisioneiros punindo severamente suas bestas-feras.Apesar de tão vilipendiado por nossa grande imprensa, o Irã até que nos deu uma bela lição: torturadores têm de ser sempre punidos, e de imediato, cortando-se o mal pela raiz.
"Se protegê-las, como fez o Brasil com seus Fleurys e Ustras, merecerá repúdio mundial".
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