terça-feira, 7 de abril de 2009

PALPITE INFELIZ

"Porque gado a gente marca,
Tange, ferra, engorda e mata,
Mas com gente é diferente"
("Disparada", Vandré/Theo)

Eu evito o quanto posso comentar aqui a política oficial, pois a considero inócua do ponto de vista revolucionário: o verdadeiro poder, na atual etapa capitalista, é exercido pelas corporações. Presidentes, governadores e prefeitos decidem o secundário e fazem figuração.

É a minha opinião e procuro ser coerente com ela na escolha de temas diários para comentar. Quase sempre ando na contramão dos pauteiros da grande imprensa.

Assim, restrinjo minhas intervenções nos debates da política oficial à defesa dos princípios e valores dos revolucionários da minha geração. É o parâmetro que defini.

P. ex., não me pronuncio sobre os méritos e deméritos da candidatura presidencial do José Serra, mas sou o primeiro a cobrar-lhe coerência com as posturas que um dia adotou e parece ter trocado pelas conveniências.

Se consente que a Rota ufane-se publicamente de sua contribuição à quartelada de 1964, toma o partido dos reacionários no Caso Battisti e trata a manifestação dos ex-presos políticos diante do DOI-Codi como caso de polícia, isso eu não deixo passar em branco. Jamais!

Hoje leio que Marta Suplicy apontou o ex-ministro Antonio Palocci como melhor quadro do Partido dos Trabalhadores para concorrer à sucessão estadual.

Não consigo pensar em nome pior. Os mensaleiros avacalharam as bandeiras éticas do partido, mas Palocci conseguiu atingir um valor ainda mais sagrado: o engajamento na causa dos humildes, contra a arrogância dos poderosos.

Ao mobilizar toda sua influência ministerial para pressionar um mero caseiro, atingindo vários direitos de um coitadeza da vida, Palocci se comportou como um daqueles atrabiliários coronéis nordestinos do tempo de Lampião.

É o anti-PT por excelência -- pelo menos quanto aos ideais que nortearam a fundação do partido

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