As primeiras medidas anunciadas por Barack Obama como presidente dos Estados Unidos vêm ao encontro do que já se previa: começa marcando pontos fáceis, propiciados pelos descalabros do seu antecessor George W. Bush.
Como diria um locutor de futebol, a bola está na cara do gol, pedindo “me chuta!”, “me chuta!”. Obama chutou.
Assim, ele determinou o desmantelamento da rede de torturas que os EUA criaram após o atentado ao WTC e uma mudança drástica dos métodos na luta contra o terrorismo islâmico, compreendendo três medidas:
* o fechamento da base de Guantánamo, espécie de DOI-Codi encravado em Cuba, na qual era feito o serviço sujo que Bush queria esconder de seus conterrâneos;
* o fim das prisões secretas da CIA; e
* a proibição do uso de torturas.
"Eu posso dizer sem hesitação ou equívoco que os Estados Unidos não vão torturar", garantiu Obama. Ficamos sem saber se devemos elogiar sua postura digna ou lamentar que, em pleno século XXI, uma grande potência tenha incidido em práticas tão infames e aviltantes para quem as pratica.
E ainda há Torquemadas extemporâneos que ousam vir a público para fazer questionamentos como este: "O que ele vai fazer quando o próximo líder sênior da Al Qaeda for capturado e se recusar a falar? Vai permitir que a CIA use as técnicas reforçadas de interrogatório? Se se recusar e o país for atacado, Obama vai ser responsabilizado".
Não, não se trata de uma mensagem mediúnica de Augusto Pinochet, nem de um trecho do site do Brilhante Ustra. O brucutu em questão é Marc Thiessen, autor de discursos de Bush. Deveria, como o historiador inglês que negou a existência do Holocausto, ser condenado à prisão – no caso, por fazer apologia do crime e da desumanidade.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem é o que separa os civilizados dos selvagens (no pior sentido). A obediência a seus preceitos jamais deve ser equacionada em termos de pragmatismo. Situações-limite haverá sempre, para justificar quaisquer atrocidades e genocídios. Seres humanos dignos deste nome se regem por princípios.
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