quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

PMDB: QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ!

"Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu lá lalaiá, procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais esquece não pode reconhecer"
(Chico Buarque, "Quem te viu, quem te vê")

O PMDB é a mala sem alça que os governos estão sendo obrigados a carregar, para conseguirem aprovar seus projetos no Congresso. Recebe cargos, dá apoio. Quem não aceita tal barganha acaba derrubado, como Collor.

Esquecido do seu desempenho marcante na luta pela redemocratização do País, esse partido se tornou um antro de negocistas e/ou reacionários.

Assim, não faz nem dois meses, o ministro de Minas e Energia Edison Lobão deitou falação defendendo a ditadura militar como "um momento em que o Brasil reencontrou seu futuro, sua vocação para o desenvolvimento".

Chegou ao cúmulo de afirmar que o regime militar não era uma verdadeira ditadura, como a de Getúlio Vargas, mas sim "um regime de exceção, autoritário, com Constituição democrática, que fazia eleições regularmente".

Ontem, outro ministro peemedebista de Lula mostrou a que veio.

Aliado a parlamentares ruralistas, o titular da Agricultura Reinhold Stephanes apresentou proposta para alterar o Código Florestal, liberando o plantio de dendê e outras espécies exóticas em áreas destinadas à recuperação de floresta nativa na Amazônia.

E mais: quer anistiar os produtores de todo o País que plantaram em áreas de preservação permanente até julho de 2007!

Como justificativa, a chantagem de sempre: os ruralistas dizem que, se o Código Florestal atual for respeitado, o agronegócio acabará.

Um especialista do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, André Lima, manifestou sua perplexidade pelo fato de um ministro da Agricultura estar fazendo proposta que anula a base legal para o combate ao desmatamento exatamente um dia depois de o governo apresentar o Plano Nacional de Mudanças Climáticas e admitir metas internas de redução da devastação.

Não deveria surpreender-se, afinal Stephanes só usa tal título porque a sinceridade passa distante dos círculos do poder. Se a terminologia coincidisse com a atuação concreta, ele seria o Ministro do Fomento do Agronegócio.

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