Os Estados Unidos só são um exemplo para o mundo na "arte" de ganhar dinheiro. Que cada um decida se isto constitui exemplo positivo ou negativo. Eu cravo a segunda opção.
Em termos culturais, os estadunidenses engatinham. Já produziram Faulkners, Fitzgeralds, Wolfes e Mailers, mas o seu coração balança mesmo é com os Harold Robbins e Sidney Sheldon da vida.
Quanto ao cinema, a melhor definição que já deram das tralhas de Hollywood foi a de Jean-Luc Godard, no clássico Pierrot Le Fou, quando colocou um personagem, produtor famoso dos EUA, sendo convidado a explicar o que é a sétima arte e respondendo: "Ação. Violência. Emoção. Sexo. Mortes"...
A Justiça norte-americana, tão louvada e best-selles e filmecos, perpetrou linchamentos legalizados como os do casal Rosenberg e de Sacco e Vanzetti.
Quanto à política, é um Deus nos acuda! Como bem destacava o Paulo Francis, há ilhas de vida inteligente como Nova York e San Francisco, cercadas de jecas por todos os lados.
Vai daí que a candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano, Sarah Palin, acaba de acusar Barack Obama de ligação com terroristas.
Praticando o que os democratas apropriadamente qualificaram de "política de sarjeta", Palin não se vexou de dizer um disparate destes: "Obama vê os Estados Unidos como algo tão imperfeito que está se amigando com terroristas que querem atacar seu próprio país".
["Amigando"? Parece que a campanha está deixando Palin carente, ao tomar-lhe o tempo que ela aproveitaria melhor em outras atividades. Freud explica...]
Em que se baseou a destrambelhada parceira de chapa de Mc Cain? Apenas no fato de que Obama integrava a equipe de conselheiros de uma instituição de caridade, ao lado de um professor da Universidade de Illinois que, na longínqua década de 1960, combateu com explosões a participação dos EUA na Guerra do Vietnã.
Satanizar o tal Bill Ayers pelo que fez em passado tão distante é que constitui terrorismo. Afora o fato de que ele apenas usou meios errados para combater uma guerra errada: injusta, imoral e criminosa.
Considerar Ayers um pestilento, capaz de contagiar Obama apenas por sentar-se com ele a uma mesa de reunião em que se discutiam ações de caridade, é macartismo puro. Evoca o período mais vergonhoso da história dos EUA, que, como aluno relapso, foi cometer sua Inquisição em pleno século 20, meio milênio depois da Europa!
Há algo de muito podre num país em que "argumentos" desse tipo ainda têm livre curso numa campanha presidencial.
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