O presidenciável de extrema-direita Jair Bolsonaro continua à cata de um vice, depois do não que ouviu de Magno Malta e do general Augusto Heleno; o nostálgico seguinte da ditadura militar a receber convite será o general Hamilton Mourão.
Quem se prontificou a atender ao chamado foram a Janaina Paschoal e o Luciano Bivar. Se não conseguir convencer alguém que lhe agrade mais, só restará ao Bolsonaro escolher um deles. Se não tem tu, vem tu mesmo...
Sobre a bola da vez, tudo que tinha para dizer sobre o novo Mourão, homônimo mas não parente do golpista de 1964, eu já disse no último mês de dezembro, então me permitirei repetir, começando pelo post do dia 8:
Eis a incontinência verbal do queridinho do Bolsonaro... |
Às vésperas de trocar a farda pelo pijama [o que faria no dia 31 de março de 2018, data escolhida a dedo!], o general Antonio Hamilton Mourão novamente se deu a incontinências verbais que configuraram clara insubmissão contra o presidente da República, que é também o comandante supremo das Forças Armadas; e emitiu opiniões inadmissíveis para qualquer militar na ativa.
Sobre Temer, o incrível general Brancaleone disse:
"Nosso atual presidente vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato".
E disparou também contra Lula, afirmando que, como "sobrevivente ao mensalão, ele achou que podia tudo"; a partir daí, "as comportas foram abertas do lado da incompetência, da má gestão e da corrupção".
Além, é claro, de novamente rasgar seda para a ditadura de 1964/85, pregando uma nova quartelada. O de sempre.
...e quem o convidou para a hora da saudade das trevas |
De resto, para que não restasse nenhuma dúvida a respeito das abominações que defende, quando foi deitar falação no Clube do Exército (DF), ele compareceu como convidado... das viúvas e remanescentes da ditadura militar agrupados no movimento Terrorismo Nunca Mais!!!
[É] outro que se desgarrou do seu tempo na vã tentativa de fazer as rodas da História girarem para trás, pois seu ambiente mental é o de um passado medonho e repulsivo que hoje só tem lugar na lixeira da História.
O Exército (...) já resolveu que aplicará pela segunda vez no general Mourão o corretivo de exonerá-lo do cargo ocupado e designá-lo para outro, na esperança de que finalmente aprenda que em boca fechada não entra mosca.
Em 2015, ele perdeu o Comando Militar do Sul e foi encostado numa função burocrática em Brasília; agora, irá para outra. Não muda muita coisa, mas representa uma reprovação explícita a Mourão e às pregações golpistas na caserna.
Bolsonaro admitiu em 1987 ter cometido atos de indisciplina e deslealdade para com os seus superiores. O então capitão foi acusado por cinco irregularidades e teve de responder a um Conselho de Justificação, formado por três coronéis..
O motivo foi um artigo que ele escreveu em 1986 para a revista Veja, no qual pediu aumento salarial para a tropa, sem consentimento dos superiores; e a afirmação, meses depois, ao ser entrevistado pela mesma publicação, de que ele e outro oficial haviam elaborado um plano para explodir bombas-relógio em unidades militares do Rio.
Bolsonaro pegou 15 dias de prisão por "ter ferido a ética, gerando clima de inquietação na organização militar" e "por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial, comprometendo a disciplina".
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No dia seguinte soube-se qual seria a reação do Alto Comando e eu assim noticiei:
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Magno Malta foi o primeiro vice que bateu asas |
Em 2015, ele perdeu o Comando Militar do Sul e foi encostado numa função burocrática em Brasília; agora, irá para outra. Não muda muita coisa, mas representa uma reprovação explícita a Mourão e às pregações golpistas na caserna.
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Dos vice cogitados até agora, Mourão me parece o parceiro ideal para Jair Bolsonaro, uma verdadeira alma gêmea. Ambos coincidem não só em serem defensores fervorosos das atrocidades cometidas pela repressão nos anos de chumbo, como também em haverem recebido punições disciplinares quando vestiam a farda.A segunda escolha também não vingou |
Bolsonaro admitiu em 1987 ter cometido atos de indisciplina e deslealdade para com os seus superiores. O então capitão foi acusado por cinco irregularidades e teve de responder a um Conselho de Justificação, formado por três coronéis..
O motivo foi um artigo que ele escreveu em 1986 para a revista Veja, no qual pediu aumento salarial para a tropa, sem consentimento dos superiores; e a afirmação, meses depois, ao ser entrevistado pela mesma publicação, de que ele e outro oficial haviam elaborado um plano para explodir bombas-relógio em unidades militares do Rio.
Bolsonaro pegou 15 dias de prisão por "ter ferido a ética, gerando clima de inquietação na organização militar" e "por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial, comprometendo a disciplina".
3 comentários:
Caro celso, não entendi. general Mourão falou a verdade, Infelizmente o governo virou um balcão de negócios e lula participou do mensalão. Se é um pessoa com outras idéias ruins ou radicais não sei. Mas critica-lo por falar a verdade parece "perseguir por perseguir". Só enche a bola do mesmo. Com relação a escolha do vice de Bolsonaro não é quem quer mas quem é aceito(a fila dizem ser enorme só não querem os "mesmos"). Em relação ao outro general do Haiti, faltou explicar, porque quiseram se livrar? Teve a experiência e nunca se ouviram cíticas. A missão do Haiti pode ser criticada pelos "leões de teclado" ou "especialistas de sala de aula" . Abraço.
William,
no entanto, o texto está bem claro: militar da ativa não pode criticar publicamente superior hierárquico, muito menos general criticar o comandante supremo das Forças Armadas (o presidente da República).
A dificuldade que o Bolsonaro tem para conseguir um vice é porque sua candidatura começa a esvaziar-se. Com todos os partidos se compondo com o Alckmin e ele ficando com mais da metade do tempo no horário gratuito, em agosto o quadro mudará substancialmente. E os políticos, macacos velhos, estão percebendo isto. O "mito" não passou de fogo de palha, felizmente. Agora, está mais para mico.
Ora, Orth, está na cara que se livraram dele por truculência. Por que mais seria?!
O Élio Gaspari, "leão de teclado"? Por quê? É jornalista veterano e, quando escreve algo assim, certamente está preparado para sair-se bem caso haja questionamentos judiciais. Sabe onde está pisando.
Abs.
Admito que Èlio Gaspari um veterano jornalista sabe muito de "jornalismo e História". Mas nunca usou uma arma,nunca comandou ninguém,nunca entrou em confronto.Não sabe como eram as condições do Haiti que esta muito mais para um Vietnã ou Morros Cariocas. Acho que a história de Bolsonaro irá se derreter por suas criticas à "toda poderosa" rede de televisão. Mas digo e repito Bolsonaro quer ir e vai para o segundo turno sabendo que vai perder e torce muito para isso. O objetivo da Ultra Direita são as outras eleições, 2022.O Brasil sem uma reforma política e social de base, sem controle de gastos públicos (PREVIDÊNCIA), vai quebrar. Não falo da implantação de outro regime. A Esquerda vai ser eleita. O próximo Presidente vai ruir. Acredite, infelizmente. É isso que Bolsão esta esperando. Abraço
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