terça-feira, 3 de julho de 2018

NOSSA SELEÇÃO TEM A CARA DE TITE, O TÉCNICO BRASILEIRO MAIS VITORIOSO DESTE SÉCULO

A seleção brasileira de Tite é, sem dúvida, nosso melhor escrete desde 2002 e a favorita à conquista desta Copa . 

Ganharia com um pé nas costas se a competição fosse por pontos corridos. Em mata-matas, sempre pode acontecer de estar pouco inspirada e o adversário jogar uma partida excepcional, ter mais sorte (como a Itália em 1982) ou ser favorecido por erros de arbitragem (como a validação do gol da Suíça na fase de grupos) e desfalques. Como diziam os antigos, futebol é uma caixinha de surpresas, então nem sempre o melhor prevalece.

Mas, claro, o melhor tem mais chances de prevalecer. É o caso do Brasil.

O que mudou em relação aos últimas três Mundiais, nos quais nossa participação foi pífia (2006 e 2010) ou desastrosa (2014), é contarmos desta vez com um técnico perfeitamente sintonizado com o momento do futebol mundial.

Tite não é criativo a ponto de revolucionar esquemas táticos como fizeram Rinus Mitchels (o inventor do carrossel holandês) ou Pep Guardiola (o pai do tiki-taka espanhol), mas está sempre antenado com as inovações, sabe aplicá-las e sabe como atuar contra quem as aplica. Com ele no banco, o Brasil poderia ter perdido da Alemanha em 2014 mas não ser goleado, muito menos por acachapantes 7x1.
Neymar fez sua melhor partida pela seleção até hoje...
Ele busca sempre o equilíbrio entre suas linhas: uma defesa sólida, capaz de suportar as pressões adversárias sem jamais perder a cabeça; e um ataque que faça os gols necessários, construindo-os mais do que achando-os. De quebra, é o treinador brasileiro que mais dá nós táticos nos professores adversários e o que mais consegue melhorar o desempenho de suas equipes com as instruções no intervalo e com as substituições no 2º tempo.

Foi o que vimos contra o México. O técnico Juan Carlos Osorio acreditou que pudesse decidir a partida no abafa inicial, seu selecionado queimou muitas energias para manter o Brasil pressionado e sem conseguir encaixar contra-ataques, fez nossos zagueiros trabalharem... mas a água mole bateu durante uns 25 minutos na pedra dura e não abriu furo nenhum. A defesa soube sofrer, como Tite costuma dizer, e o goleiro Alisson nem sequer foi incomodado.

O Brasil impôs seu jogo com autoridade durante os 65 minutos seguintes, exigiu defesas difíceis do ótimo Ochoa, marcou dois gols graças a seus talentos superiores e fez o pobre Osorio perder a esportiva. 

Mesmo que Tite não conquiste o título, já terá dado uma magnífica contribuição para ensinar os brasileiros a começarem a ver o futebol com outros olhos. Não se formam times e seleções apenas dando camisas aos melhores jogadores de cada posição e mandando-os se virarem, isto é coisa de meio século atrás. Hoje o treinador precisa ter clareza quanto ao conjunto que quer montar e, só então, escolher as peças mais adequadas.
...e poderá acabar a Copa como o novo melhor do mundo.

Quando o Brasil não foi tão bem contra a Suíça e Costa Rica, choveram nas redes sociais críticas a quem estava no gramado e sugestões de quem deveria estar. Tite, contudo, preferiu manter os contestados Willian, Paulinho e Gabriel Jesus porque, mesmo não decidindo partidas, são aplicados, cumprem bem suas funções táticas e dão o suporte necessário para os craques (no caso, Neymar e Philippe Coutinho) criarem e decidirem. Nenhuma orquestra tem apenas solistas.

Como se viu contra a Costa Rica, os reservas Douglas Costa e Roberto Firmino, que todo mundo queria ver no lugar de Willian e Gabriel Jesus, são armas com as quais Tite conta para demolir retrancas. Utiliza-as quando necessário, mas considera que, mesmo apagados, os titulares questionados compõem um todo mais equilibrado. Face aos placares e à melhora do desempenho nas duas últimas partidas, quem ousará dizer que ele está errado?!

Afora terem potencial para deslanchar a qualquer momento, como Willian demonstrou: foi o melhor jogador brasileiro contra o México, seguido de perto por Neymar. E o gol de dançarino (esticando a perna ao máximo para golpeá-la com o bico da chuteira) de Paulinho abriu o caminho para a vitória contra a Sérvia.

De resto, vejo Bélgica, Croácia, Inglaterra, Rússia e Suécia como cartas fora do baralho. 
Uruguai de Suarez e Cavani merece muito respeito

A França tem muita força ofensiva, principalmente nos contra-ataques, mas nem todas as defesas são esburacadas como a da Argentina; e sua própria zaga não fica muito atrás em fragilidade. Por conta deste desequilíbrio, acredito que tombará diante do melhor Uruguai desde 1970 (a única participação aceitável da celeste nas últimas 11 Copas foi em 2010, quando caiu na semifinal, mas sem muito brilho).

Passando pela Bélgica, o Brasil decidirá a Copa contra Uruguai ou França na semifinal. Correrei o risco de antecipar que qualquer um desses três vencerá o outro finalista. 

3 comentários:

silvio p nunes disse...

A Itália não ganhou por sorte já tinha sido a melhor seleção em 78 perdeu da Holanda pressionando o tempo todo, tinha 8 jogadores do Juventus no time titular a televisão mexicana mostra um rapa pé claríssimo do Júnior sobre o Conti dentro da área que ia entrar com tudo no gol, teve também o gol legítimo do Antonioni anulado que seria o quarto . O ótimo correspondente do JB em Roma que me foge o nome publicou matéria de página inteira alertando que o Tele estava se descuidado de uma seleção com potencial para ganhar do Brasil
E alertou também para a desmoralizacad dos jogadores vinham sofrendo e que com a vivência na ItaItá sabia que por mais que se derrube o italiano ele se levanta com mais gana.

celsolungaretti disse...

Sorte porque era um selecionado muito inferior tecnicamente e achou três gols. No primeiro, o Leandro ficou à distância olhando o ponta-esquerda esquerda cruzar, o Júnior não estava na sua posição e ninguém cobria as costas dele.

No segundo o Cerezzo deu a bola de presente para o Paolo Rossi e o Luizinho, último defensor, tentou dar um carrinho ridículo ao invés de simplesmente derrubar o italiano, como qualquer zagueiro experiente faria. Paolo Rossi deu uma cavadinha, saiu pelo outro lado para fazer o gol e o Luizinho ficou deitado na grama.

No terceiro um escanteio foi alçado à área brasileira, a defesa cortou e todos os zagueiros saíram, menos um distraído (se bem me lembro, o Júnior) que estava refletindo sobre a origem do universo e tirou o impedimento do Paolo Rossi.

Ou seja, um time pior ganhou graças a três gols bobos que a defesa brasileira concedeu, tornando inúteis os golaços de Sócrates e Falcão.

Quanto às suas queixas sobre arbitragem, não posso falar nada porque não lembro. 36 anos é muito tempo e só me ficaram na memória os 5 gols.

axel_terceiro disse...

Celso,tenho 27 anos e nunca imaginei que veria uma seleção do Uruguai mais competitiva que a da Argentina. A dupla de zaga e a de volantes tão fazendo uma Copa no mínimo impecável. Além, claro, dos dois atacantes. Só vai ficar um pouco complicado pros nossos vizinhos se o Cavani não se recuperar 100% a tempo pro jogo contra a França.

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