terça-feira, 26 de junho de 2018

HERÓI IMPROVÁVEL, ROJO FEZ UM GOL DE PLACA E FOI BUSCAR A CLASSIFICAÇÃO ARGENTINA NA BACIA DAS ALMAS

A partida desta tarde foi de pulverizar estereótipos. Os nigerianos despersonalizados, levando um baile no 1º tempo, recebendo de presente um gol imerecido no comecinho do 2º e preferindo segurar o empate do que enfrentar de igual para igual a descontrolada Argentina.

Já os argentinos partiram pra cima como guerreiros tribais, com um furor que contagiou até o Messi. Foi uma inversão de papéis: um bando de brancos azedos ensandecidos fazendo os majestosos herdeiros espirituais dos zulus tremerem nas bases.

De qualquer forma, fiquei contente. Tenho muito carinho pelos povos da América do Sul, explorados e vilipendiados como nós. Ontem como hoje, soy loco por ti, America...
Conheci muitos hermanos nos anos 70, quando todos nós padecíamos sob ditaduras infames, nos perdendo pelo mundo e voltando a nos encontrar, identificados por nossas desventuras sem fim e pelo fio de esperança a nos empurrar para a frente. 

Sangue latino pulsa em minhas veias, de um vermelho bem vivo, rojo como o herói improvável que foi buscar a classificação argentina na bacia das almas.

4 comentários:

axel_terceiro disse...

Triste pela eliminação deles. Acho que um cara como o Messi merecia encerrar a carreira com título. Qual sua opinião sobre o futebol do Messi, Celso?

celsolungaretti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
celsolungaretti disse...

É o melhor futebolista do século 21, como Pelé foi o do século passado.

Mas, é da estirpe do Cruyjff, funciona como um regente de orquestra, organizando todo o ataque. Quando tem companheiros tão inferiores quanto os da seleção atual da Argentina e fica recebendo marcação tripla, não consegue jogar.

Embora poucos tenham percebido, ele atraiu a marcação, abrindo o espaço de que o Di Maria precisava para dar aquele chute do 1º gol; foi desviando uma finalização dele que o Mercado fez o 2º e de uma assistência que saiu o 3º. Não foi inútil como o Cristiano Ronaldo contra o Uruguai.

Ambos tiveram o mesmo problema: jogando com elencos piores, foi fácil para França e Uruguai concentrarem a marcação em cima deles. Não tiveram como jogar.

Maradona realmente carregou a seleção argentina nas costas em 1986. Mas, nem de longe era um escrete tão ruim como o de 2018. Nem tinha um técnico tão incompetente quanto o Sampaoli.

Temo que a grandeza do futebol do Messi acabará não obterá reconhecimento à altura futuramente. É pena. Vi ele e o Maradona jogarem e não há termo de comparação entre ambos.

Muito menos com o Cristiano Ronaldo, pior do que os dois argentinos e do que muitos brasileiros do passado.

Até o Neymar, botando a cabeça no lugar, será muito mais jogador do que o português, um ótimo finalizador e mais nada.

axel_terceiro disse...

Concordo contigo. Uma pena isso de os números da carreira do Messi serem incompatíveis com o grande jogador que é. E quanto ao Cristiano acho os números superiores ao futebol do gajo. E sem contar que hoje em dia está mais difícil pro talento individual se externar do que era, por exemplo, em 1986 com o Maradona. Hoje o futebol está muito coletivo. Há pouco espaço pra talento individual. Lances de um jogador pegar uma bola, driblar 5 ou 6 e fazer um gol praticamente não são mais visíveis. Lembro que há uns 20 anos até um Denilson executava lances assim.

Sem contar que o Barcelona já dá sinais de que nao é mais o mesmo, sendo inclusive comum gente na imprensa espanhola alertar para o perigo que o time tem de virar um futuro Milan (gigante, com torcida e história, mas sem dinheiro e estrutura para montar equipes competitivas). Ideal para o Lionel seria buscar outra equipe, como o City do Guardiola, mas acho improvável ele fazer isso.

Related Posts with Thumbnails