Os ventos parecem estar mudando no Supremo Tribunal Federal.
O ministro Marco Aurélio Mello, alegando que as prerrogativas do mandato parlamentar têm de ser respeitadas, restituiu o dito cujo a Aécio Neves, livrando-o das restrições que lhe tinham sido impostas, além de responder negativamente ao pedido de prisão encaminhado por Rodrigo Janot.
Seu colega Edson Fachin libertou Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, aparentemente porque as más condições prisionais a que estava sendo submetido começavam a dar na vista, parecendo a muitos uma forma de coagi-lo a se tornar mais um vil alcaguete premiado.
Confirma-se minha previsão de que o procurador-geral da República, ao tentar fazer da Operação Lava Jato seu veículo particular para um voo mais alto (a derrubada de um presidente), não só se esborracharia no chão, como causaria graves danos ao combate à corrupção, que era (lembram?) aquilo que fazia o povo apoiar a cruzada moralizante.
Ao trocar o foco de forma tão canhestra, Janot colocou um ponto de interrogação na cabeça de muitos apoiadores incondicionais da iniciativa. Se a Lava Jato também resvalar para a vala comum da politicalha e do golpismo, seu encanto vai ser quebrado e ela não passará de mais uma ilusão desfeita. Janot é um personagem nefasto.
E era pra lá de previsível que o fracasso da tempestade em copo d'água que ele armou em parceria com as Organizações Globo teria efeito bumerangue. Dito e feito: sua temporada de colher urtigas começou.
Vamos ver o que de ruim o fiasco acarretará para a Globo. Uma coisa é certa: ela merece tudo que houver de pior.
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