domingo, 17 de abril de 2016

DEPOIS DA DERROTA, PT SE VOLTA PARA A BANDEIRA DA NOVA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL. A PROPOSTA INICIAL FOI DESTE BLOGUE.

A linha de ação por mim proposta no artigo da última 6ª feira, 15 (Dilma ainda pode, como Vargas, evitar a apoteose do inimigo. E nem precisará pagar com a vida), está cada vez mais próxima de ser adotada, com ligeiros retoques, pelo PT.

Eu sugeri, basicamente, que tão logo se consumasse a derrota na Câmara Federal, Dilma anunciasse sua renúncia, conclamasse o Michel Temer a renunciar também, e o PT erguesse a bandeira de uma nova eleição presidencial.

Para não causar melindres em Dilma, o PT cogita a ideia de propor o encurtamento do mandato dela e a antecipação da nova eleição. O que seria uma maneira engenhosa de dourar a pílula. Quanto ao efeito prático, em nada mudaria.

Eis o que a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, revela sobre o que rolou nos bastidores do PT a partir do instante em que se delineou o desfecho mais do que previsível da votação deste domingo:

"O diretório do PT deve discutir na terça-feira (19) que Dilma Rousseff envie ao Congresso Nacional proposta de redução de seu próprio mandato e de convocação de eleições presidenciais ainda neste ano, junto das eleições municipais do país.

A ideia é que a presidente anuncie que abre mão de dois anos de mandato mesmo que chegue a ser inocentada de crimes de responsabilidade pelo Senado, que julgará se a petista é ou não inocente e se deve ser afastada em definitivo do cargo, consumando o impeachment.

No mesmo projeto, Dilma estabeleceria que, assim como ela ficou seis anos na Presidência, o sucessor, escolhido pelo voto direto, teria mandato de seis anos, sem reeleição.

Há pequenas variações em torno do tema. Alguns dirigentes do PT, por exemplo, acreditam que Dilma não deve incluir na proposta de eleições a sugestão de novo período para o mandato presidencial nem o fim da reeleição.

Outros têm dúvidas sobre a conveniência de a própria presidente figurar oficialmente como autora da proposta ou se o melhor seria ela apenas encaminhar a sugestão do partido, que seria assinada também por outras legendas.

A ideia de redução do mandato de Dilma e da convocação de diretas já, se aprovada no PT, pode ser levada oficialmente à presidente nos próximos dias.

A proposta conta com apoio entusiasmado de parlamentares do partido e até mesmo de ministros. Outras legendas já foram informadas e podem aderir a ela.

O discurso será o de que Dilma busca uma solução para a grave crise política que o Brasil atravessa, mas que não será resolvida por um presidente, Michel Temer, que não teria legitimidade por chegar ao poder por meio de um golpe, segundo os que defendem a tese, e de forma indireta.

Um presidente eleito diretamente teria legitimidade e maior apoio para comandar o país em situação tão delicada, defendem. Ao mesmo tempo, acreditam, a população não seria excluída da solução do problema, como ocorreria no impeachment.

'Quem foi às ruas contra o governo queria Temer na presidência e Eduardo Cunha como seu vice? O Temer não tem legitimidade. Ele se aproveitou de manifestações populares para assaltar o poder', diz o senador Lindberg Farias (PT-RJ). 'Ele tem 60% de rejeição e só 1% de votos. Se esse golpe contra a Dilma se confirmar, não tenho dúvida de que ele cai em seis meses, pela pressão da população por diretas já.'

Ele diz que a bancada do PT no Senado já discutiu a ideia e que a maioria dos parlamentares dá apoio a ela. Afirma também que já conversou com senadores do PDT e do PSB, por exemplo, e que um projeto de diretas teria o apoio de parlamentares de outros partidos.

A proposta também já é discutida na Câmara. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirma que 'as diretas já são única solução para a crise que será agravada se vingar esse golpe contra a presidente'.

O deputado Alessandro Molon, da Rede, afirma que seguramente o partido 'estaria aberto a discutir a conveniência da proposta, pois já vinha defendendo a realização de eleições'"

2 comentários:

Valmir disse...

Do mesmo modo que permanece incompreensível a ideia nazista de que seria possível colonizar a Europa moderna, como essa mesmo Europa tinha feito na Africa, Asia e outras partes do mundo...vai saber de onde os petistas tiraram a ideia de girico que seria possível sacanear e espezinhar a classe media brasileira, indefinida e impunemente - reacionária, preconceituosa, ignorante e estupida...sim. Rancorosa e ressentida, mas trabalhadora e pagadora de impostos até não poder mais. Como seria possível????

celsolungaretti disse...

Valmir,

não sei até que ponto o PT conseguiria manter indefinidamente um bom modus vivendi com a classe média "reacionária, preconceituosa, ignorante e estúpida", mas foi terrível sua indiferença com relação aos elementos idealistas dessa classe média, FORMADORES DE OPINIÃO.

Afugentou os ambientalistas, os defensores dos direitos humanos, a esquerda revolucionária, os avessos à corrupção e ao fisiologismo, os intelectuais independentes. Tornou-se uma espécie de maçonaria de ambiciosos (querendo muito mais subir na vida do que mudar a sociedade), ainda por cima ignorantes ou fanáticos (capazes de afirmar, sem corarem de vergonha, que a Marina Silva era criatura dos banqueiros e que Dilma estava sendo derrubada por um "golpe").

O PT que sofreu derrota fragorosa no 17 de abril estava mais próximo do fascismo que do comunismo ou do anarquismo.

Teremos agora a chance de construir uma esquerda de verdade. Tomara que as autocríticas frutifiquem e consigamos dar o imperativo salto de qualidade na nossa atuação. Ou nos tornaremos irrelevantes.

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