A atuação dos policiais militares que fuzilaram um empresário por haver cometido o crime de lesa-otoridade, não parando num daqueles bloqueios policiais típicos de ditaduras, foi assim avaliada pelo comandante-geral interino da Polícia Militar de São Paulo, coronel Hudson Camilli:
"Do ponto de vista técnico, a ação deles não pode ser criticada".
Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB) considerou a morte de Ricardo de Aquino "injustificada", fazendo jus ao apelido de picolé de chuchu. Os termos corretos são covarde, bestial e criminosa.
Quem fala, afinal, pelo governo paulista?
Ambos.
O primeiro fornece desde já uma linha de defesa para os assassinos usarem no julgamento, que certamente ocorrerá depois das eleições municipais.
O segundo tenta evitar uma corrosão maior na já anêmica candidatura de José Serra. Então, por enquanto, vai interpretando o papel de governador que não compactua com a truculência policial, embora esta seja marca registrada do seu desgoverno.
Quem, para favorecer a especulação imobiliária, escorraçou os dependentes químicos a pontapés da Cracolândia, ao invés de tratá-los como os doentes que são?
Quem instalou tropas de choque na Cidade Universitária, para intimidar e hostilizar permanentemente os estudantes da USP?
Quem é o maior culpado da barbárie no Pinheirinho, que incluiu até sequestro de ferido para evitar que a brutal agressão (ver aqui) a um idoso fosse destacada pela imprensa?
Quem, em última análise, é o responsável por tal homicídio, já que Ivo Teles da Silva acabou morrendo?
O governo de São Paulo fala pelos dois cantos da boca, mas sua voz real é a do coronelão que considera tecnicamente correta a execução de um inocente.
O governo de São Paulo fala pelos dois cantos da boca, mas sua voz real é a do coronelão que considera tecnicamente correta a execução de um inocente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário