"Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14) mostrou que a aprovação de Lula desabou em dois meses, de 35% para 24%, chegando a um patamar inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%".
Juntas, vêm várias explicações de petistas e seus aliados, sempre na linha de que ainda é possível reverter tal tendência. Não é. De tanto hostilizar e esnobar a esquerda, Lula conseguiu convencê-la de que se tornou, irremediavelmente, um reformista de direita, empenhado tão somente em atenuar as mazelas do capitalismo.
Agora, mesmo os ex-querdistas que ainda queriam desfrutar por mais um tempinho as boquinhas do poder começam a perceber que, nas eleições de 2026, as perderão por completo se continuarem atrelados ao sindicalista que virou muco.
Pensaram que a direitização acentuada do Lula fosse passar despercebida. Não passou.
E foi um verdadeiro acinte a insistência do negacionista do clima em disponibilizar mais terras brasileiras para a extração de combustível fóssil (agora na foz do Amazonas), inclusive pressionando a agência fiscalizadora a não cumprir seu papel.
Anteontem (13), mal acabava de ler tal infâmia, já iniciei a redação do meu post mais indignado de muito tempo para cá. Não era mais possível condescender nem contemporizar com o abandono de valores que definem a própria razão de existir do PT.
Permito-me acreditar que o prestígio do Lula despenca porque mais e mais esquerdistas estão, como eu, concluindo que hoje ele está próximo dos que sustentam a exploração do homem pelo homem e distante daqueles que querem dar-lhe fim em benefício da humanidade.
Colhe o que plantou. Então, é hora de seguirmos a frase bíblica: "Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos". É importante que os dirigentes do PT não repitam o mesmo erro de abril de 2016, quando a Câmara Federal autorizou a abertura do processo de impeachment da Dilma.
No mesmo dia eu já alertava que o impedimento se tornara mera questão de tempo e que melhor seria a renúncia imediata da Dilma, permitindo que a esquerda passasse a acumular forças propondo uma espécie de diretas-já para forçar a escolha de um novo presidente, já que ninguém queria o Michel Temer.
Ao invés disso, a Dilma preferiu lutar até o mais amargo fim por um mandato que já estava verdadeiramente perdido e quem se fortaleceu foi a extrema-direita.
Agora, ou o Lula renuncia, ou será derrubado por um piparote da direita. Quem nos convém mais que ascenda ao poder, o Alckmin para cumprir o restante do mandato do Lula ou alguém escolhido pela direita sob qualquer justificativa de ocasião? (por Celso Lungaretti)
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