segunda-feira, 7 de outubro de 2024

UM ANO DE MASSACRE NA FAIXA DE GAZA

Há exatamente um ano, o Hamas, agrupamento que luta contra a ocupação israelense da Palestina, desferiu imenso ataque ao Estado de Israel, investindo contra instalações militares, matando civis e militares, além de sequestrar indivíduos. Até hoje não ficaram claras as circunstâncias do ataque e continua sendo inacreditável que tenha sido possível invadir com tanta facilidade o território de um dos países mais fortificados e militarizados do mundo

O que podemos dizer claramente é que o ataque foi um trunfo para Benjamin Netanyahu, o primeiro ministro israelense. Conforme disse em artigo logo após o ataque, Netanyahu foi o grande vencedor das ações do Hamas, pois encontrava-se em situação difícil com manifestações de rua, processos judiciais e uma possibilidade real de se retirar do poder. Os ataques de 7 de outubro de 2023 foram uma dádiva para ele que, a partir dali, impôs um estado de guerra em Israel, concentrando poderes em suas mãos para mobilizar uma operação militar sem precedentes. 

Desde então, o regime sionista conduz sanguinário massacre contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Até o momento, mais de 40 mil palestinos foram mortos em bombardeios e execuções sumárias, a maioria desses mortos eram crianças e mulheres. Gaza foi reduzida a escombros, não possuindo mais qualquer instalação mínima de eletricidade, água, internet ou distribuição de alimentos e remédios. Os insistentes pedidos para a entrada de suprimentos foram repetidamente negados pelo governo israelense. 

É um verdadeiro genocídio, limpeza étnica praticada à luz do dia, diante de todo o mundo. 

Dos EUA e da Europa vêm os apoios para o massacre. O caquético Biden fornece o aparato militar e o suplemento financeiro, enquanto finge se importar com as vidas palestinas, repetindo a cantilena de um cessar-fogo próximo. Puro jogo de cena de um presidente criminoso e genocida! Na Europa, os governos reprimem manifestantes pró-Palestina, enquanto a imprensa dissemina islamofobia, mentindo que se levantar contra o Estado de Israel é antissemitismo. Discurso comprado por muitos da dita esquerda.

No primeiro semestre de 2024, inúmeras ocupações de campi universitários foram registrados nos EUA e na Europa para exigir o rompimento das relações comerciais dessas instituições com Israel. A resposta das elites estadunidenses e europeias foi  uma dura repressão e uma forte campanha de censura e perseguição aos estudantes mobilizados. Os mesmos que diziam defender a plena liberdade de expressão, se adiantaram para exigir censura sob a justificativa de combater o antissemitismo. 

Já no Brasil, a dita esquerda sionista tentou defender o massacre aos palestinos, mas logo caminhou para o isolamento diante da carnificina assistida. Mesmo assim, sua influência é sentida, tendo ela conseguido bloquear o apoio à causa palestina dentro do PSOL - o partido mais sionista da esquerda. Figuras iguais a Boulos, Bella Gonçalves (Belo Horizonte) e Talíria Petrone (Niterói) trataram de ficar mudas diante da situação na Faixa de Gaza. A última, inclusive, chegou ao disparate de publicar em redes sociais propaganda em que Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova York e notório apoiador de Israel, pede votos para ela! O descaramento e a podridão moral se tornaram regra em um partido surgido para ser um novo horizonte para a esquerda. 

O governo Lula, por sua vez, assumiu correta postura de denúncia do massacre e teve a coragem de qualificar Netanyahu enquanto um genocida, para ódio da nossa mídia sionista. Contudo, tal ação ficou apenas no discurso, pois o Brasil não rompeu relações com Israel e mesmo manteve negociações de materiais bélicos com aquele país. Como de hábito, Lula e seu grupo se restringiram ao discurso. 

Neste exato momento, Israel avança em uma guerra contra o Líbano e contra o Irã. O Oriente Médio está prestes a ser engolfado por uma gigantesca e avassaladora guerra. Longe de ser um movimento restrito ao contexto daquela região, é mais uma etapa da escalada bélica mundial, cujos epicentros hoje estão lá e na Ucrânia. O capitalismo em crise avança paulatinamente para uma guerra mundial a fim de salvar a si mesmo.

Com o imprescindível Babá, 
em defesa da Palestina. 
 
E no meio disso, mais um extermínio para a história humana, dessa vez do povo palestino. Na Faixa de Gaza não ocorre nenhuma guerra, pois não existem dois exércitos em condições iguais combatendo, mas um morticínio contínuo e criminoso de uma poderosa força militar, com mísseis e soldados sádicos, contra um povo totalmente indefeso. É preciso parar o terrorismo de Israel já! 

Nossa solidariedade completa ao povo palestino em sua luta pela libertação do julgo sionista! (por David Coelho)


2 comentários:

Anônimo disse...

Israel's war on Gaza
https://interactive.aljazeera.com/aje/2024/gaza-before-after-satellite-images/?utm_source=www.aljazeera.com&utm_medium=website&utm_campaign=ucms

Anônimo disse...

Carta al presidente Biden y la vicepresidenta Harris
“Nuestras bombas aniquilan mujeres y nuestras balas asesinan niños”

https://ctxt.es/es/20241001/Politica/47588/carta-medicos-EEUU-Biden-Kamala-Israel-Gaza-bombas.htm

Pensar en la ultimidad Franco 'Bifo' Berardi

Todos los discursos que escuchamos hoy, en 2024, son discursos que preparan el exterminio mutuo. Estoy convencido de que en el siglo XXII el planeta se habrá librado de la infección humana

https://ctxt.es/es/20241001/Firmas/47592/Franco-Bifo-Berardi-Ultimidad-discurso-odio-comunicacion.htm

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