Lula, que aparou as garras do PT, tornando-o um mascote da dominação burguesa; e Jair Bolsonaro, que em 2021, 2022 e 2023 agendou golpes de estado ultradireitista e nas três ocasiões faltou ao encontro, preferindo ficar olhando a encrenca de longe para não correr nenhum risco de ir em cana.
Estes são os ídolos de pés de barro dos quais muitos eleitores paulistas desencanaram, finalmente concluindo que a loucura da polarização produziu o pior Brasil de todos os tempos, com explorados matando uns aos outros por dá-cá-aquela-palha ao invés de concentrarem o fogo contra os verdadeiros culpados pelas tragédias e ruína brasileiras: a ínfima minoria de superexploradores.
É o que se depreende da nova pesquisa do DataFolha, segundo a qual 61% dos petistas acham que o apoio de Lula a Guilherme Boulos não faz diferença e 58% dos ultradireitistas estão pouco ligando para o apoio do Bozo a Ricardo Nunes.
Segundo o comentarista político Josias de Souza, no artigo Em São Paulo, maioria está se lixando para Lula e Bolsonaro, o desprezo pelo palhaço psicopata é tamanho no comitê de Nunes que apelidaram-no de cartola (aquele que não entra em campo nem faz gol, só aparece na hora de receber a taça).
Motivo: será somente na próxima terça-feira (22) que o Bozo ingressará pra valer na campanha, pois até sair o resultado do primeiro turno ele hesitava entre honrar o compromisso assumido com o prefeito paulistano ou transferir-se com armas e bagagens para a trincheira do Pablo Marçal, que parecia prestes a tornar-se o candidato preferido pelos eleitores direitistas.
De que serve um cabo eleitoral que faz jogo duplo?
Quanto ao PT, sabe-se que existe uma ala do partido dando como certa a derrota do Guilherme Boulos e avaliando formas de evitar que tal fracasso nele respingue com mais força. Chega a defender a cooperação com os vencedores.
O fundamental é que, quanto antes o desencanto com os velhos caciques do populismo se espalhar por todo o país, melhor. Eles são âncoras mantendo o Brasil preso a um passado nefando e nefasto.
A quebra do monolitismo no campo da direita é uma novidade auspiciosa. Mas a promiscuidade com alguns desses direitistas deveria ser considerada fora de questão. (por Celso Lungaretti)
POST SCRIPTUM
Ricardo Kotscho, lenda viva do jornalismo brasileiro, curiosamente também acaba de dedicar um artigo ao candidato petista à prefeitura de Cuiabá, Lúdio Cabral, só que elogiando-o (!) por jogar o passado anticapitalista do partido no lixo:
"Cabral está fazendo uma campanha de rua em que predomina a cor lilás no lugar do vermelho e da estrela petista.
O número 13 do partido quase não se vê nas propagandas, e o presidente Lula não aparece nem em vídeo na TV".
E se esse Cabral que descobriu (como cativar a pequena burguesia conservadora d)o Brasil se fantasiasse de pantera cor-de-rosa, será que ganharia a eleição? (CL)
3 comentários:
Caro Celso, temo que o que está a acontecer não é o fim da polarização, mas apenas a substituição dos protagonistas.
Aí é que está, faltam líderes carismáticos dos dois lados. A direita só tem o Marçal e vai perder o Bozo. seja por condenação judicial, seja por ter decepcionado terrivelmente seu rebanho ao demonstrar covardia. Então, tudo vai depender de o Marçal conseguir herdar a posição de número 1.
Já a esquerda queimou o Ciro Gomes, perdeu tempo com o Fernando "carisma zero" Haddad e desperdiçou o que o Boulos tinha de melhor (condições intelectuais para ser um político muito melhor do que o Lula) ao fazer dele um papagaio de pirata do populista decadente.
De resto, a direita prevalecerá durante um bom tempo sobre a esquerda, graças ao desvirtuamento que ela sofreu sob Lula.
Noves fora, a polarização tende mesmo a terminar com o vencimento do prazo de validade do Lula e do Bozo. E não deixará saudade.
Fala Celso, tudo bem por aí? Aqui é o Hebert.
Como vão os tempos diluvianos, por aí??
Por uma ironia, a greve dos funcionários do IBGE , que junto a greve de universitários, greve na Saúde, formam o "Dilúvio" grevista no Rio (que continua fa... lindo).
Algumas dúvidas: O que Você sabe sobre o tal "O Digital Real X" (Drex)?
Não foi o dito "Centrão" o beneficiado nas urnas?
Alguma crônica sobre o "show" na Universidade Federal do Maranhão (UFMA)?
Forte abraço.
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