O PTB de antes do golpe de 1964, o PDT, o PMDB e o PSDB, partidos que um dia foram trabalhistas e/ou de esquerda mas hoje não passam de leões desdentados, estão dizendo ao PT: Eu sou você amanhã!
Estas eleições municipais mostraram a triste verdade: ao domesticar o PT, esvaziando ou expulsando as tendências anticapitalistas que disputavam espaço em suas fileiras com os reformistas e os fisiológicos, Lula o foi tornando um partido inofensivo, que só serve para caçar votos nas eleições de cartas marcadas da democracia burguesa.
A descaracterização do PT acelerou-se após as jornadas rebeldes de junho de 2013 e o #NãoVaiTerCopa, quando voltou as costas à juventude que poderia revitalizá-lo, abandonando-a à sanha de governadores e juízes reacionários.
Aí, exatamente quando a direita partia para a conquista das ruas, o PT as abandonava, apostando todas as suas fichas no carisma envelhecido do Lula. Como se adiantasse eleger presidente da República apenas para ele sucumbir às pressões de um Congresso Nacional majoritariamente adverso, tendo de, a cada votação legislativa importante, ceder os anéis para conservar os dedos, até nem mesmo os dedos restarem!
Resultado: fazendo um governo pífio e pusilânime, Lula vê os seus índices de aprovação despencarem e acaba de levar uma sova no pleito municipal, com o falado poder da caneta presidencial reduzido a quase nada (ficou em nono lugar entre os partidos que mais prefeitos elegeram!) .
Prestes a chegar à metade do seu terceiro mandato, Lula já não passa de uma rainha da Inglaterra que implicitamente desistiu de ficar em casa tentando melhorar sua desgastada imagem interna. Prefere ir desperdiçar tempo alhures, envolvendo-se com conflitos externos que requerem mediadores mais qualificados e respeitados.
Se estiver almejando o Prêmio Nobel da Paz, viaja na maionese: os dirigentes das nações influentes mal contêm o riso diante de suas iniciativas pretensiosas, tipo rato que ruge.
Alguém deveria explicar-lhe que está muito longe de ser aceito como uma liderança mundial. É, quanto muito, um líder regional, capaz de dar demonstrações de fraqueza tão vexatórias como a de não conseguir fazer-se respeitar nem sequer pela Venezuela! (por Celso Lungaretti)
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