quarta-feira, 29 de março de 2023

O QUASE FIM DA SEGREGAÇÃO RACIAL

O decreto assinado pelo presidente Lula no sentido de que 30% dos cargos e funções públicas de confiança sejam preenchidos por pessoas negras constitui uma revolução administrativa no Brasil, podendo sem exagero ser comparada ao quase fim da segregação implícita da população negra em nosso país.

Embora a negritude represente 54% da população brasileira segundo o último censo do IBGE, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco estima serem de menos de 5% os cargos comissionados ocupados por negros. 

O reconhecimento real da população negra deverá tornar-se também efetivo no acesso ao ensino superior, segundo declarações de Lula em favor do aumento de bolsas para estudantes negros e do número de vagas nas universidades.

Isto significa uma gradativa transformação dentro da população brasileira, com o acesso dos jovens negros ao exercício de profissões até agora ocupadas apenas por profissionais brancos. A disparidade entre a população negra e branca fica evidenciada em dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, segundo os quais as mulheres brancas recebem 70% a mais que as mulheres negras.

Outros estudos também mostram uma inferioridade da população negra em comparação com os brancos em termos de alimentação, moradias, acesso à saúde e a atividades culturais, criando uma espécie de apartheid, uma vez que os negros convivem com os brancos, porém quase sempre em condições inferiores.

Os recentes casos de trabalho escravo localizados em viniculturas em Bento Gonçalves (RS) mostraram ainda existir esse tipo de exploração no Brasil, embora em número bem reduzido. 

Entretanto, continua sendo elevado o número de trabalhadores, na maioria negros, em situação de uma quase escravidão, com salários miseráveis. 
(por Rui Martins)

2 comentários:

Anônimo disse...

Que ótima notícia!

Anônimo disse...

Isso não é o fim da segregação racial. Chama-se, na verdade, segregação reversa.

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