Sergio Corbucci foi quem dirigiu e fez o roteiro (a quatro mãos com Sabatino Ciuffini). Romano, Corbucci iniciou sua carreira em longa-metragens no ano de 1951 e foi passando pelos diversos filões da Cinecittà, desde comédias do Totó até épicos como Romulo e Remo.
Nem terror ficou faltando, pois em 1964 ele codirigiu com Anthony M. Dawson o ótimo Dança Macabra, embora sua contribuição não lhe tenha sido creditada.
Finalmente, o chamado spaghetti western o colocou em grande destaque, a partir do sucesso de Django (1965), filme cultuado até hoje e que tem em Quentin Tarantino um dos maiores admiradores.
Antes, ele já havia feito dois exemplares do gênero (Massacre no Grand Canyon e Minnesota Clay), mas foi com a icônica imagem de um desgrenhado Franco Nero arrastando um caixão de defunto pelas ruas de uma cidade enlameada que Corbucci se alçou para a posição de segundo principal diretor dos bangue-bangues à italiana, atrás apenas de Sergio Leone.
O que O Especialista tem de diferente, contudo, é a inclusão de alguns (pré) hippies que perambulam sem destino e acabam envolvendo-se com a clássica trama de vingança.
Tido como o Elvis Presley francês, ele estava na crista da onda graças ao estrondoso sucesso mundial de "Noir c'est noir", mas era cantor e compositor desde os 13 anos e fizera sua primeira aparição no cinema aos 12.
Nunca Corbucci deixou tão explícita sua adesão ideológica à esquerda tradicional: o filme não só retrata os poderosos do lugar como crápulas repulsivos, como se alinha com a visão preconceituosa que o PCI tinha da nova vanguarda surgida em 1968, ao passar uma imagem igualmente negativa dos jovens andarilhos que, aproveitando o vácuo de poder, tentam dominar a cidade.
Embora este último enfoque seja diametralmente oposto ao meu, prefiro mil vezes filmes que se posicionem e discutam questões importantes do seu momento do que a redução do cinema a mero entretenimento vazio ou lavagem cerebral para reforçar a domesticação dos videotas. (por Celso Lungaretti)
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