quarta-feira, 26 de outubro de 2022

NECROPOLÍTICA DO BOZO: DO GENOCÍDIO NA PANDEMIA AO EXTERMÍNIO PELA MISÉRIA

josias de souza
CADASTRO DA MISÉRIA EXPÕE IGNORÂNCIA E INSENSIBILIDADE SOCIAL DE BOLSONARO
A notícia sobre o processo de engorda a que vem sendo submetido o CadÚnico, cadastro que abriga os brasileiros que ralam na pobreza extrema, expõe a ignorância e a insensibilidade social de Bolsonaro. 

Estão alistados no cadastro da penúria 49 milhões de brasileiros. Desse total, 10 milhões de pessoas entraram no rol escassez ao longo da gestão Bolsonaro. 

A despeito disso, o presidente declarou dias atrás que não se justifica passar fome no Brasil, porque os famintos poderiam requerer o Auxílio Brasil. Ou seja: a realidade não deixa de existir porque Bolsonaro a ignora. O CadÚnico, que abriga a clientela dos programas sociais, não para de crescer. 

Em vez de aguardar por novas inscrições, Bolsonaro deveria reativar um mecanismo que seu governo extinguiu. Chama-se busca ativa.

No momento, nada é tão real quanto a miséria do brasileiro. Em campanha pela reeleição, Bolsonaro recorreu ao Cadastro Único quando quis acenar para o eleitorado pobre. Empurrou para dentro do Auxílio Brasil mais 500 mil famílias. Com isso, o programa passou a socorrer 21,1 milhões de famílias. 

Não é por falta de pobreza que o governo deixa de exercitar sua vocação social. O problema é que Bolsonaro só notou a miséria ao redor quando precisou de votos. 

O presidente já afirmou que não existia fome pra valer no Brasil. O noticiário expôs a fila do osso. Mostrou pessoas apanhando alimento descartado nos caminhões de lixo, diante de supermercados. Mas o presidente disse não ter visto ninguém pedindo pão no caixa da padaria

A posição de Bolsonaro evoluiu. Hoje, ele já admite a existência da fome. Mas atribui a culpa aos famintos, que não se dão ao trabalho de engordar um pouco mais os registros do Cadastro Único de miseráveis. 
Pela lei, considera-se como extremamente pobre o brasileiro que recebe R$ 105 por mês. Bolsonaro orgulha-se de ter arrancado do Congresso autorização para pagar à clientela do antigo Bolsa Família uma mensalidade de R$ 600. Por ora, vale apenas até o final do ano eleitoral. 

Mas o presidente diz que não se justifica passar fome porque, com uma diária de R$ 20, pode-se comprar dois quilos de frango no supermercado

O Barão de Itararé, pseudônimo do célebre humorista Apparício Torelly, costumava dizer que quando pobre come frango, um dos dois está doente

Vivo, o velho barão diria que, se Bolsonaro continuar tirando os pobres da miséria na velocidade pretendida, vai acabar anunciando um programa novo durante o debate da TV Globo, a menos de 48 horas do término do 2º turno. Será batizado de PIM, Programa de Importação de Miseráveis

Não resolverá o problema da fome no Brasil. Mas permitirá a Bolsonaro cumprir as metas publicitárias de sua campanha. (por Josias de Souza)

Um comentário:

SF disse...

O boçal esboça "3º turno".
Quo usque tandem, Boçalino, abutere patientia nostra?

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