rui martins
OS EMPRESÁRIOS GOLPISTAS JÁ SE RETRATARAM.
MAS, E OS PASTORES GOLPISTAS?
"Pelo jeito, Silas Malafaia acredita mesmo ter sido nomeado representante de Deus" |
Toda a imprensa brasileira, alertada pelo portal de notícias Metrópoles, já noticiou, comentou e espera a sequência judicial de mais esse episódio de fomentação golpista, alimentado pela obsessão de Bolsonaro de invalidar as eleições, levar povo às ruas e se manter no poder contra a lei, contra a constituição, contra a democracia, mas em nome de Deus.
Circulam rumores de que, sentindo-se enfraquecido e ainda mais desmoralizado com o episódio do tchutchuca do centrão, por ter sido ridicularizado e haver sido posta em dúvida sua pretensa masculinidade, o machão zoado estaria disposto a aceitar o resultado das urnas, mesmo sendo eletrônicas, e a engolir uma derrota cada vez mais evidente nas sondagens eleitorais.
Pode-se acreditar nisso, sabendo-se da versatilidade bolsonarista, seja para incitar seguidores a não permitirem sua derrota e, logo depois, diante da imprensa declamar ser defensor dos resultado das eleições, embora alimente a ambiguidade da frase ao acrecentar a palavra limpas?
Os empresários golpistas apanhados com a boca na botija já arregaram; ao que parece. só restou mesmo um, bolsonarista convicto e golpista de coração, o Luciano Hang, dono da Havan.
"Dos empresários apanhados com a boca na botija, um é bolsonarista convicto, golpista de coração: Luciano Hang" |
Os outros já estão se fazendo de bonzinhos, tendo se transformado em tchutchuquinhas do Bolsonaro:
— Afrânio Barreira, dono do grupo Coco Bambu;
— José Isaac Peres, idem da administradora de shoppings Multiplan;
— José Koury, idem do Barra World Shopping (RJ);
— Ivan Wrobel, idem da construtora W3 Engenharia;
— Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca Mormaii, e
— mais quatro que nem vale a pena citar, são todos farinhas do mesmo saco.
Melhor assim. Porém, já está salva nossa pátria do risco do golpe?
Do golpe talvez sim, mas de uma tentativa de agitações, guerrinhas, talvez mesmo de tiros com tantas arminhas importadas e algumas vítimas inocentes, talvez não.
Bolsonaro tem cabeça dura, já disse, no estilo daquele velho samba daqui não saio, daqui ninguém de tira, que só sairá morto, e não vai querer ser mais uma vez chamado de tchutchuka assustada. É verdade que já não tem mais muitas cartas na mão, pois, como disse um dos empresários conspiradores, o golpe tinha de ter sido dado no primeiro ano de mandato, em 2019.
Porém, resta a Bolsonaro um apoio não visível mas, segundo seus amigos pastores, infalível: o apoio de Deus.
Eles vivem enchendo a cabeça de Bolsonaro com histórias do Velho Testamento em que Deus intervém na hora H, e talvez Bolsonaro haja acreditado naquela lorota de, embora pecador, ter sido o escolhido e o ungido de Deus. Afinal Daví , p. ex., também não era nenhum santo…
Quem tem dúvida, deve ir no canal oficial no Youtube do mais forte pastor do momento, o Silas Malafaia (que, pelo jeito, acredita mesmo ter sido nomeado representante de Deus, tudo é possível...) e verá que um grupo de pastores incita seus fieis para irem todos às ruas, nas cidades em que vivem!
Todos de verde-amarelo, será uma espécie do golpe em marcha no 7 de setembro, aos gritos de nossa bandeira nunca será vermelha, povo armado nunca será escravizado, etc.
Vai termina em mais uma micareta ou, como dizem as Escrituras, em prantos e ranger de dentes?
Tudo é possível! Afinal, esse segmento evangélico da população é o único que permanece fiel ao messias.
Quantos golpistas os empresários colocariam nas ruas no Dia da Pátria, ainda mais com essa crise econômica? Alguns pingados extremistas.
Mas os evangélicos são 50 milhões de fanáticos, teleguiados, como tem saído nos jornais. E eles acreditam mesmo que estejam sendo protegidos por Deus!
Uma manchete dizia: Pastores com 50 milhões de seguidores no Instagram, Facebook e Twitter dão palanque virtual a Jair Bolsonaro ... Líderes religiosos falam em “guerra contra mal” e convocam para os atos de 7 de setembro.
Parece ser coisa para levarmos a sério. (por Rui Martins – continuação deste post)
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