A exemplo do que sucedia com as pérolas da censura da ditadura militar, não deu para entendermos como ocorreria tal contaminação, se ao post ser aberto pelo leitor ou quando o leitor tentava assistir ao filme na janelinha, descobrindo então que ele só podia ser visto no Youtube por causa da restrição de idade.
[Hoje em dia, a proibição nos cinemas não ultrapassaria a faixa de 14 anos. E fico sempre com a impressão de que certos filmes não podem ser vistos nos blogs mas são livremente acessados no Youtube porque lá os visitantes são submetidos a propagandas pagas. Afora ser no mínimo duvidoso que os menores impacientes estejam sendo realmente barrados no Youtube.]
De resto, é obrigação de qualquer jornalista que se preze discordar das donas Solanges da vida e respectivos(as) sucedâneos(as) quando considera suas decisões despropositadas; e muito mais obrigatório ainda para este que vos escreve, alvo nos anos de chumbo de um bizarro processo de cunho censório (saiba mais sobre ele clicando aqui), o qual, no fundo, não passava de uma retaliação velada a convicções políticas.
Então, segue a reedição do post, torcendo para que desta vez não contenha nenhum malware ou vírus capaz de colocar a blogosfera em pânico e causar-lhe riscos mortais... (Celso Lungaretti, editor, em nome da equipe do blog Náufrago da Utopia)
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PODE UM CIRCO DE SANGUESSUGAS SER TÃO
PAVOROSO QUANTO O MAFUÁ DE BRASÍLIA?
Qualquer cinéfilo de carteirinha pode citar umas tantas moedas que caíram em pé: filmes com qualidade bem superior ao currículo de seus realizadores e intérpretes, gratas surpresas que nunca mais se repetem.
Sem muito esforço, eu lembraria três:
— Keoma (assista-o aqui), western imensamente melhor do que tudo que o diretor Enzo G. Castellari fizera e faria, contando, ademais, com uma trilha sonora que nem de longe se assemelha à tralha habitual dos irmãos Guido e Maurizio De Angelis;
— O substituto (saiba mais sobre ele aqui), uma das melhores abordagens da magia do cinema, magnificada por uma performance inesquecível de Peter O'Toole.
O circo dos vampiros (d. Robert Young, 1972) é a última fita significativa da lendária companhia britânica que reerguera o gênero de terror a partir do final dos anos 50, a Hammer. Ela ainda resistiu durante o restante da década de 1970, partindo depois para a produção de filmes de TV. Recentemente, voltou sem brilho ao cinema.
O surpreendente em O circo dos vampiros é uma empresa já decadente ter sido capaz de legar um filme tão impactante. E isto já sem seus diretores mais famosos (como Terence Fisher, Freddie Francis e Roy Ward Baker) e seus atores icônicos como Christopher Lee e Peter Cushing.
Mas, talvez a maré baixa tenha até ajudado, pois, já sem quase nada a perder, a Hammer não opôs restrições à explicitação das estreitas ligações entre o terror e o erotismo, que vêm desde quando Bram Stoker escreveu Drácula e, entre otras cositas más, fez a espécie vampiresca proliferar como consequência da penetração de caninos que crescem quando vão entrar em ação... (CL)
Só me resta dizer aos leitores que não encontrei alternativa para
oferecer a quem quer realmente assistir ao filme, mas preferiria
não ceder à imposição de ir vê-lo lá no Youtube.
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