luís augusto simon
GENIVALDO, UM BRASILEIRO QUE ESTAVA NO PAÍS ERRADO
Ou Genivaldo era Sergipe?
Genivaldo era Flamengo desde criancinha?
Ou Vasco?
Palmeiras?
Corinthians?
Genivaldo era ponta?
Ou zagueiro?
Comia macarrão com arroz?
Ou Genivaldo adorava uma moqueca?
Genivaldo votaria no Bolsonaro?
Ou era Lula roxo?
Talvez, Ciro?
Assistia a Pantanal ou jogava truco?
Queria ter um filho ou se alistar no Exército Vermelho?
Se lambuzava com jaca ou pedia pra mulher fazer creme brulèe?
Ninguém sabe.
Genivaldo era um brasileiro invisível.
Só ficou conhecido quando virou estatística.
Mais um brasileiro morto numa abordagem policial.
Genivaldo morreu numa câmara de gás em praça pública.
Em Umbaúba.
Estava na rua errada. Na hora errada.
Como todos nós, estava num país errado.
Estava no país distópico.
No país do lodo.
Descanse em paz, Genivaldo!
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(por Luís Augusto Simon, o Menon do jornalismo esportivo)
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