Como é triste sabermos que somos governados por uma casta política assombrosamente corrupta e inconsequente quanto aos compromissos assumidos com os que a elegeram!
Como é triste sabermos que o eleitor espera a cada dois anos para obter uma migalha de benefício em troca de votos (1) e favores (2)!
Como é triste vermos inúmeros prefeitos e governadores comprando equipamentos de saúde superfaturados graças à dispensa de licitações em função da emergência causada pela epidemia!
Como é triste vermos o governo federal desperdiçando milhões e milhões de reais em cloroquina, leite condensado, chicletes, satélites, etc., etc., etc.!
Como é triste sabermos que, com 2,8% da população mundial, temos 10% das mortes mundiais por covid-19!
Como é triste sabermos que, sobre uma dívida pública que se aproxima dos 100% do PIB, pagamos juros escorchantes ao extremo, enquanto os países ricos nada pagam sobre as suas dívidas!
Como é triste vermos nossas cidades cindidas entre uma pequena área de construções luxuosas padrão 1º mundo e uma imensidão de moradias pau-a-pique!
Como é triste sabermos que o centrão acabou de eleger um presidente da Câmara que vai receber e conceder privilégios em seu nome e em detrimento do povo!
Como é triste termos que aceitar que a falência da previdência social será resolvida com a morte dos aposentados e pensionistas!
Como é triste vermos a inflação dos preços dos alimentos atingir a população boa parte dos seus minguados recursos exatamente nesse item (gás de cozinha, idem)!
Como é triste termos sido os últimos a se darem conta da necessidade de comprar compra vacinas, enquanto o mundo todo já corria atrás delas, e termos um presidente que colocou em dúvida a eficácia das ditas cujas, para depois admiti-la, mas sem fazer autocrítica de sua ignorância reiterada!
Como é triste vermos um presidente da República querer nomear um filho pateticamente despreparado para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, incidindo num nepotismo descarado!
Como é triste vermos nosso país sem ferrovias (comprovadamente o transporte de longo alcance mais barato por via terrestre) e ficarmos dependentes do caótico do transporte rodoviário de mercadorias!
Como é triste termos:
— um ministro das Relações Exteriores contrário às relações exteriores!
— um ministro da Saúde que impinge poções mágicas e que é general do Exército, formado para a guerra convenciona enquanto o mundo vive a fase das armas atômicas!
— um ministro do Meio Ambiente que tudo faz para destruir o meio ambiente!
— uma ministra dos Direitos Humanos que é contra os avanços da civilidade (conquistados a duras penas), pregando, alternativamente, a volta do fundamentalismo religioso!
— um ministro da Justiça que persegue jornalistas!
Como é triste vermos preso por corrupção o pastor Everaldo, que serviu como dublê de João Batista ao batizar no rio Jordão um neo-cristão-evangélico candidato à Presidência da República (eleito após uma facada mandrake ter-lhe dado pretexto para fugir dos debates eleitorais, evitando que os eleitores conhecessem a sua essência primária)!
Como é triste vermos o povo brasileiro embarcar majoritariamente na cantilena segundo a qual todos os nossos males seriam resolvidos com o combate à tradicional corrupção com o dinheiro público, sem suspeitarem que depois teriam de pagar o pato verde-amarelo!
Como é triste sabermos que milicianos tão próximos (até vizinhos) da elite política carioca são assassinados como queima de arquivo uns, presos outros, e que sucessivos governantes da bela cidade e Estado onde nasci são merecidamente afastados por corrupção endêmica!
Como é triste sabermos que o titular da Procuradoria Geral da República é conivente com as ilegalidades de quem o nomeou para o cargo embora seu nome não constasse da lista tríplice votada por seus pares!
Como é triste sabermos que temos altíssimas taxas de assassinatos de jornalistas, dos ativistas de Direitos Humanos e da população em geral!
Os caminhoneiros, outrora tão amigos do presidente (?), agora ameaçam contribuir com o isolamento social...
Ainda caberiam muitas outras constatações de mazelas que nos entristecem. Mas, paro por aqui. Ufa!
É mole ou quer mais??? (por Dalton Rosado)
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1. os pobres, seja sob a forma de uma dentadura, laqueadura de trompas, ambulância na hora do parto desassistido, ou de um saco de cimento.
2. os membros da chamada classe média formadora de opinião, sob a forma de um emprego público, sinecura parlamentar, isenção de impostos, empréstimos subsidiados, tráfico de influência, etc. (DR)
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