Meu texto já estava resumido na cabeça. Seria qualquer coisa como O nariz de Bolsonaro no discurso da ONU. Ele mente como respira.
Opcionalmente, quem sabe algo na linha Bolsonaro, que queima a Amazônia cantando um hino evangélico. Ou, ainda, Pinóquio, presidente do Brasil.
Era só uma questão de fazer umas pesquisas, ler a transcrição do falacioso discurso na ONU, que desacreditou ainda mais o Brasil diante das nações, juntar as mentiras e completar o texto, embora sem esperança de desconverter sequer um de seus seguidores.
A ideia do presidente pinoquiano se reforçava porque, ao fazer uma pesquisa, descobri esta inusitada informação: a de que o nariz de um mentiroso não se alonga como acontecia com o nariz de Pinóquio, mas suas narinas se dilatam e se aquecem. Ao mesmo tempo, o autor da mentira, enquanto pronuncia a lorota, sente uma excitação sexual. Caso seja um homem, tem provavelmente uma ereção.
Teria o italiano Carlo Collodi sabido desse efeito perverso, viagra da mentira, ao escrever a história do boneco de pau?
Seria essa a chave para se entender o porquê dos amantes e maridos mentirosos? Sem mentir, eles brochariam…
Mas é verdade, nessa linha o texto estaria pasquineiro demais. Ou atualizando, mais para Detonautas com Micheque. E correria o risco de não ser publicado em alguns espaços mais cautelosos.
Foi quando aconteceu o inesperado, provando haver realmente um deus nos socorrendo nas horas graves. E como sempre a mensagem veio por WhatsApp.
Era um brado nacionalista, em defesa de nossa Pátria amada, verde-amarela. Dizia mais ou menos o seguinte:
"Vocês que estão lá fora, brasileiros ou estranjas, calem a boca, a Amazônia é nossa e nós queimamos árvores, matamos índios, assamos animais da floresta o quanto quisermos!
Vão cuidar de suas terras e não metam o bico por aqui. Somos patriotas, defendemos as cores do nosso Brasil, salve, salve, mesmo se forem cinza e carvão!
Não estamos queimando nada, mas se estivermos a floresta é nossa, queimamos até as raízes se quisermos!"
E isso me lembrou os anos 60-70, quando provavelmente esses mesmos, mais jovens, diziam, não eram ainda os evangélicos: Brasil, ame-o ou deixe-o!. Naquela época, não se tratava de incêndios e queimadas, mas o Brasil já era um fiasco na ONU e no mundo.
Será que o desmatamento da Amazônia para criar gado e plantar soja poderia ser comparada com a campanha O petróleo é nosso!?
Não! A destruição das florestas e a transformação da região em pastos para gado é um dos fatores importantes no clima do planeta. Faz alguns anos, vem acontecendo um aquecimento responsável pelo desaparecimento gradativo das geleiras em todo mundo, os oceanos começam a invadir as regiões costeiras.
No polo sul, vem-se acelerando o derretimento da calota de gelo da Antártida. Entre os países mais ameaçados está a Holanda, onde trabalhos faraônicos vêm sendo feitos para proteger suas costas. Porém, os patriotas brasileiros poderão responder E daí? o que o Brasil tem a ver com isso?
Só na Holanda? Não, nas costas brasileiras também, porque vivemos num planeta, somos uma comunidade mundial.
Isso quer dizer o seguinte: nós não poderemos evitar, com nossas patriotadas, que o Oceano Atlântico engula nossas mais belas praias e invada todas nossas cidades costeiras.
As áreas planas junto ao rio Amazonas também serão inundadas e nas terras hoje desmatadas para se criar gado, não se poderá nem plantar. Talvez só criar peixes!
O desmatamento de hoje, além de ser um crime ambiental, é uma lenta autodestruição do nosso território. Uma loucura, condenada pelos cientistas, não só estrangeiros, como também brasileiros.
Como se dizia no filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão... (por Rui Martins)
Discurso do beato Sebastião, ersatz de Antônio Conselheiro, em Deus e
o Diabo na Terra do Sol. É quando ele diz que o sertão vai virar
mar e o mar virar sertão, frase livremente inspirada numa profecia
atribuída ao fanático de Canudos, segundo a qual o sertão viraria mar.
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