domingo, 5 de abril de 2020

SÓ FALTA UM "VADE RETRO PANDEMIA!"

Depois de sua aposta alucinada em que um medicamento contra a malária será a droga milagrosa para combatermos o coronavírus, antes de qualquer comprovação científica de que não haverá efeitos colaterais trágicos, o presidente Jair Bolsonaro aprontou de novo.

Ele se somou aos pastores evangélicos que, num vídeo divulgado neste sábado (4) nas redes sociais, convocaram jejum de um dia para reduzir ainda mais a capacidade de resistência da população ao contágio.

O negacionista nº 1 da pandemia, dentre todos os governantes do planeta, agora completou seu tripé terapêutico contra a pior ameaça sanitária à humanidade desde a gripe espanhola de 1918: a volta ao trabalho, confiando-se na cloroquina e na graça divina, já que Deus certamente ficará sensibilizado com o jejum dos já famintos.
Quem não obtiver os resultados prometidos, dificilmente lhe atirará isso na cara, pois vai estar morto.

Encerrarei relembrando, em benefício dos desinformados e dos insensatos, um exemplo famoso dos danos que um medicamento não testado ou insuficientemente testado pode causar. 

Reproduzo trechos do bom relato (vide íntegra aqui) da revista Saúde (CL):  
"A droga talidomida entrou no mercado alemão em 1957, lançada pela empresa Chemie Grünenthal como um medicamento que podia ser comprado sem receita, com base nas alegações de segurança do fabricante. Usado inicialmente como um tranquilizante para melhorar o sono, logo teve seu uso expandido para gestantes, pois melhorava o enjoo matinal. 
Contergan, a primeira marca do fármaco lançada no mercado, transformou-se rapidamente num dos medicamentos líderes de vendas na Alemanha. 
Mas um jornal alemão veio informar em 1959 que 161 bebês haviam sido afetados adversamente pela talidomida, levando os fabricantes da droga —que haviam ignorado os relatos de defeitos congênitos associados a ela— a finalmente interromper a distribuição na Alemanha e na Inglaterra. 
Outros países seguiram o exemplo e, em março de 1962, o medicamento foi banido na maioria dos países da Europa e América do Norte, onde era comercializada...
...No início da década de 1960, divulgou-se amplamente o tamanho da tragédia: mais de 10 mil crianças afetadas pelo mundo" 

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