dodô azevedo
CORONAVÍRUS É CONSEQUÊNCIA DO MERCADO
África e Américas escaparam. Motivo: lá o mercado, como hoje conhecemos, ainda não havia chegado.
O Império Mongol foi o maior de nossa história. O segredo do sucesso do líder Gengis Khan foi uma invenção que mudaria o mundo para sempre: as rotas comerciais. O mercado.
Como o coronavírus, a peste bubônica surgiu na Mongólia e, transmitida por pulgas que infestavam ratos que infestavam as cargas dos comerciantes, chegou à Europa.
Nunca antes havia se comercializado tanto, de tão longas distâncias. Nunca havíamos aberto uma janela de contágio tão opulenta.
O que chamamos hoje de mercado chegou ao velho continente junto com a doença que mais mataria gente em nossa história.
O que chamamos hoje de mercado chegou ao velho continente junto com a doença que mais mataria gente em nossa história.
A Europa, conservadora e concentradora de renda. Na época, até banhar-se era pecado. A maioria da população acreditava que a Terra era plana. Cultura e ciência eram boicotadas pelos governos.
Enquanto na África gatos domésticos exterminavam ratos, a Europa perseguia e matava felinos. O catolicismo tinha os bichos como coisa do diabo.
A crença era de que Deus todo poderoso e o evangelho iriam nos salvar a todos.
A crença era de que Deus todo poderoso e o evangelho iriam nos salvar a todos.
A crença era de que o mercado nos salvaria a todos.
Então, metade do povo crente, branco, conservador, antipático à cultura e à ciência, morreu.
Hoje, o coronavírus ameaça o mundo, diz o Deus Mercado, essa entidade que cremos que vai a todos nos salvar.
No Brasil, o segundo caso confirmado da doença é justamente de um corretor de uma casa de investimentos. A versão contemporânea do mercador mongol com carga infestada de ratos pulguentos.
Mas para matar mais do que, p. ex., a PM do Rio, o coronavírus precisaria multiplicar 60 vezes seu poder de contágio.
No Brasil, fez menos vítimas do que os estragos causados pelas chuvas em zonas de ação da milícia, que loteia terrenos sem regulação.
Mas para matar mais do que, p. ex., a PM do Rio, o coronavírus precisaria multiplicar 60 vezes seu poder de contágio.
No Brasil, fez menos vítimas do que os estragos causados pelas chuvas em zonas de ação da milícia, que loteia terrenos sem regulação.
No Brasil, o povo crente, branco, conservador, antipático à cultura e à ciência está no poder.
Nos falta uma África. (por Dodô Azevedo, jornalista, escritor, professor e cineasta)
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